Dados do Trabalho


TÍTULO

COMPLICAÇOES DA CIRURGIA DE COLECTOMIA DIREITA: A TECNICA DA ANASTOMOSE INFLUENCIA NO RISCO DE COMPLICAÇAO?

OBJETIVO

A deiscência de anastomose na hemicolectomia direita, apesar de infrequente (0,02 a 4%), é a complicação mais temida. Várias técnicas são descritas para realização da anastomose íleo-cólica. Dentre elas, as anastomoses mecânicas anatomicamente látero-laterais e funcionalmente término-terminais são as mais utilizadas. Na década de 60, foi descrita a técnica de anastomose término-terminal funcional (anastomose à Barcelona) e, atualmente, com a disseminação da videolaparoscopia, a técnica de anastomose látero-lateral verdadeira tem sido bastante utilizada. Assim, objetiva-se com este estudo analisar a incidência de complicações na cirurgia de colectomia direita, utilizando as técnicas de anastomoses término-terminal funcional e látero-lateral verdadeira.

MÉTODO

Estudo de Coorte de prognóstico, bicêntrico e retrospectivo, incluindo pacientes submetidos a hemicolectomia direita de 2016 a 2020. Apenas anastomoses mecânicas com grampeador linear-cortante 75mm ou 80mm foram incluídas. Separou-se a amostra em dois grupos. O grupo A identifica a anastomose látero-lateral verdadeira: grampeamento longitudinal faz a sutura látero-lateral entre o íleo e o cólon, os cotos de íleo e cólon são suturados separadamente com grampeamento transversal ou sutura manual e a brecha que o grampeador entrou é fechada manualmente. O grupo B identifica a anastomose término-terminal funcional (Barcelona): grampeamento longitudinal faz a sutura látero-lateral entre o íleo e o cólon e os cotos de ambas as alças são sepultados juntos com grampeamento transversal. Os dados demográficos, diagnóstico, tempo de internação, taxa de reinternação e morbi-mortalidade até 30 dias de pós-operatório foram catalogados através de prontuário médico.

RESULTADOS

Foram incluídos 108 pacientes, com média de idade de 61±15 anos, com predomínio de mulheres (56%). O diagnóstico mais frequente (83%) foi adenocarcinoma de cólon. A anastomose mais realizada foi a término-terminal funcional (grupo B = 90 casos), enquanto a látero-lateral verdadeira (grupo A) caracterizou 18 casos. O tempo médio de internação (seis dias) foi igual entre os grupos. A taxa de reinternação do grupo B foi 9% e a do grupo A foi 5,5%. A taxa de complicação em 30 dias foi a mesma, 22%. Porém, no grupo B, quatro pacientes tiveram complicações relacionadas à anastomose (uma deiscência e três sangramentos, com duas reabordagens cirúrgicas), enquanto no grupo A, nenhum paciente teve complicação anastomótica. Três pacientes morreram (dois no grupo B e um no grupo A), embora nenhum deles tenha sido decorrente de complicação da anastomose. A porcentagem global de deiscência de anastomose foi 1%.

CONCLUSÕES

A deiscência de anastomose na colectomia direita é infrequente, mas a morbidade da cirurgia não é desprezível. Tanto a anastomose látero-lateral verdadeira quanto à término-terminal funcional são similares, necessitando de grande amostra para determinar diferença significante entre elas.

PALAVRAS CHAVE

Colectomia / Anastomose Cirúrgica / Cirurgia Colorretal

Área

MISCELÂNEA

Instituições

Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo - São Paulo - Brasil

Autores

FERNANDA BELLOTTI FORMIGA, NATASHA AMARAL PACHECO CHAGAS, MARIANA SOUZA MARINHO, LOUISIE GALANTINI LANA GODOY, THIAGO SILVEIRA MANZIONE, IDBLAN ALBUQUERQUE CARVALHO, FANG CHIA BIN