Dados do Trabalho


TÍTULO

COLITE INDUZIDA POR POLIESTIRENO: UMA CAUSA INCOMUM DE DIARREIA.

INTRODUÇÃO

O uso do Poliestireno tem sido indicado para o tratamento da hipercalemia há várias décadas, mas seu uso não é isento de efeitos colaterais. O poliestireno atua no intestino grosso como uma resina de troca, promovendo a remoção do potássio pela troca de sódio.
Os efeitos gastrointestinais mais frequentes são náuseas e prisão de ventre; além disso, ulceração e necrose colônica, embora mais raras, são complicações associadas a essa terapia e às vezes fatais. Os sintomas mais graves podem estar relacionados à doenças de base do paciente, com transplante de órgãos, insuficiência renal crônica e pós-operatório sendo os principais fatores de risco.

RELATO DE CASO

Paciente do sexo feminino, 77 anos, com insuficiência renal aguda, distensão abdominal e vômitos. Os exames laboratoriais realizados mostraram dosagem de creatinina de 3,5mg / dl, uréia 253mg / dl e potássio de 5,7mmol / l. Dentre as medidas realizadas, iniciou-se o uso de poliestireno 15g por 12/12 horas para diminuição dos níveis de potássio sérico. Após 48 horas de tratamento, houve diminuição do potássio para 3,7 mmol / L e da função renal para 1,8 creatinina. No quarto dia de internação, apresentou diarreia aquosa, tratada inicialmente com alterações dietéticas e probióticos. Pesquisa de clostridium, citomegalovírus, parasitológico de fezes negativos. Sem melhora do quadro, a colonoscopia foi realizada, onde evidenciou-se presença de processo inflamatório e pequenas ulcerações no cólon sigmoide. O exame anatomopatológico mostrou típicos cristais de poliestireno na forma de escama de peixe. Paciente foi tratado apenas com a remoção do medicamento e mostrou melhora progressiva em uma semana.

DISCUSSÃO

Embora o uso de poliestireno seja bastante comum, não há evidências definitivas de sua eficácia na literatura. Recentemente, uma meta-análise destacou os efeitos colaterais dessa droga. Houve 58 casos descritos com reações adversas graves. A necrose colônica ocupou um lugar de destaque, resultando em uma taxa de mortalidade de 33%. Foi introduzido um alerta sugerindo que a prescrição do poliestireno deve ser realizada com cautela, levando em consideração cada caso e suas particularidades. Não há tratamento específico para colite induzida por poliestireno e a retirada do medicamento geralmente resulta em melhora dos sintomas.

PALAVRAS CHAVE

Poliestireno, diarréia, colite

Área

MISCELÂNEA

Instituições

Universidade de Caxias do Sul - Rio Grande do Sul - Brasil

Autores

FRANCISCO SOUZA DOS SANTOS, GABRIEL PEIXOTO AVER, THAIS VIEIRA PAIM, DANIEL JUN FUNATSU BRAMBILLA, FLORIANO RIVA, JONATHAN SOLDERA, EDUARDO BRAMBILLA