Dados do Trabalho


TÍTULO

PERFIL DOS PACIENTES COM ADENOCARCINOMA COLORRETAL OPERADOS NO SERVIÇO DE COLOPROCTOLOGIA DE UM HOSPITAL UNIVERSITARIO

OBJETIVO

O câncer colorretal (CCR) é o quarto tumor mais frequente no mundo, superado apenas pelos tumores de pulmão, mama e próstata. O Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima que para cada ano do triênio 2020/2022, sejam diagnosticados no Brasil 41.010 novos casos da doença, com incidência equivalente entre os sexos, cerca de 19/100.000 habitantes.¹ A American Cancer Society recomenda que as pessoas com risco médio de câncer colorretal comecem o rastreamento regular aos 45 anos.² Nosso objetivo principal é traçar o perfil dos pacientes com adenocarcinoma colorretal submetidos a cirurgia, no Serviço de Coloproctologia de um Hospital Universitário.

MÉTODO

Foram utilizados dados obtidos a partir de revisão de prontuário entre o período de maio de 2018 a maio 2021, selecionando pacientes com adenocarcinoma colorretal submetidos a procedimento cirúrgico. As características analisadas foram idade, sexo, doença à distância ao diagnóstico, tempo de internação, tipo de cirurgia, acesso cirúrgico, complicação pós-operatória e resultado anatomopatológico.

RESULTADOS

Foram contabilizados um total de 39 pacientes no período descrito. Dos pacientes analisados, 51,28% (20) eram mulheres. A média de idade foi de 61,3 anos. Vinte e cinco pacientes (64%) possuíam comorbidades prévias. A média de tempo de internamento foi de 14,1 dias, a maioria variando de 5 a 10 dias. Ao diagnóstico, cerca de 10% deles apresentavam doença à distância, detectável por exame de imagem. Foram realizadas 19 retossigmoidectomias, 9 colectomias parciais (7 direitas e 2 de transverso), 5 biópsias diagnósticas, 3 ressecções transanais videoassistidas, 2 colectomias totais e uma amputação abdominoperineal do reto. A maioria dos procedimentos ocorreu através de laparotomia (23 cirurgias, 58,9% da amostra), com 40,9% de cirurgias vídeoassistidas (13 laparoscopias e 3 transanais). Dentre as principais complicações pós-operatórias estão deiscência de anastomose (12%), íleo adinâmico (12%), translocação bacteriana (7%), tromboembolismo pulmonar (7%) e sangramento pós-operatório (2%). A taxa de óbito foi de 5%. Após análise anatomopatológica, os estadiamentos identificados foram: 10% dos pacientes estágio 0, 12,8% estágio I, 17,9% estágio IIA, 5,1% estágio II B, 2,5% estágio II C, 30,7% estágio IIIB, 10,2% estágio IIIC e 10,2% estágio IVC. Três dos 39 pacientes foram submetidos a neoadjuvância pré-operatória. Aproximadamente 46% dos pacientes foram encaminhados para adjuvância, e 10% foram submetidos a terapia paliativa.

CONCLUSÕES

Foi possível identificar que, em um serviço de especialidade, a maioria dos pacientes com adenocarcinoma colorretal tinha estágio igual ou superior ao IIIB (51,2%), e necessitou de complementação terapêutica pré ou pós-operatória. A sobrevida em 5 anos nos pacientes com doença localizada do cólon e reto é de 91% e 89%, respectivamente.³ Nossos dados reforçam a necessidade de rastreamento com identificação de lesões precursoras e/ou precoces e seu tratamento, com aumento da sobrevida.4

PALAVRAS CHAVE

Adenocarcinoma. Colorretal. Cirurgia. Rastreamento. Câncer.

Área

CÂNCER COLORRETAL

Instituições

Hospital Universitário Professor Edgard Santos - Bahia - Brasil

Autores

SABRINA QUERON SILVA BACELAR BOUDOUX, ISABELA DIAS MARQUES CRUZ , FLÁVIA CASTRO RIBEIRO FIDELIS, ALEXANDRE LOPES CARVALHO, VIVIANE MOREIRA GUSMÃO, LINA MARIA GOES CODES