Dados do Trabalho
TÍTULO
TAMANHO DA MARGEM DISTAL NO ADENOCARCINOMA COLONICO: EXISTE DIFERENÇA NA MEDIDA INTRAOPERATORIA E ANATOMOPATOLOGICA?
OBJETIVO
Os laudos anatomopatológicos é a forma de avaliar a qualidade da cirurgia realizada, principalmente no cenário oncológico. Dados como margem cirúrgica, número de linfonodos comprometidos e dissecados, invasões a outras estruturas, qualidade da ressecção do mesocólon, entre tantos outros, permitem decisões terapêuticas importantes. É comum, entretanto, a análise do laudo anatomopatológico apresentar margem distinta da avaliada no ato cirúrgico. E é esta que é considerada por outras especialidades como radioncologistas e oncologistas clínicos. Assim, baseado nessa percepção diária, objetivamos avaliar a hipótese de que a margem cirúrgica distal no câncer colônico, avaliada no intraoperatório, é maior do que a laudada pelo patologista. Essa análise é fundamental para ponderar a qualidade do ato cirúrgico, bem como a avaliação coerente e fidedigna do laudo anatomopatológico.
MÉTODO
Estudo piloto de Coorte prospectivo realizado em hospital terciário, entre setembro de 2020 e março de 2021. Foram incluídos pacientes com adenocarcinoma colônico operados eletivamente pelo serviço de cirurgia oncológica. Foi padronizada a aferição das margens com régua própria, estéril, para avaliação intraoperatória. Após exérese da peça cirúrgica, a margem foi novamente aferida com abertura da peça e registrada fotograficamente. Foram critérios de exclusão: cirurgias de urgência, dados incompletos em prontuário e falta de informações no laudo anatomopatológico.
RESULTADOS
Foram realizadas 93 cirurgias sendo 53 colectomias eletivas. Dessas, foram selecionados apenas 17 casos para o estudo piloto. Predominou sexo masculino (76%), com média de idade de 65±9 anos. A topografia mais comum da neoplasia foi sigmóide (52%), seguido de cólon direito (35%) e cólon esquerdo (13%). Nas colectomias direitas, a margem cirúrgica distal intraoperatória foi 11,3±7 cm enquanto a margem anatomopatológica 7,9±4,8 cm. Nas colectomias esquerdas: 12,5±3,5 cm na intraoperatória versus 11,2±9,5 cm no laudo. Por fim, na retossigmoidectomia, a margem foi de 6,5±2,3 cm e 3,4±1,6 cm, respectivamente. A média de tempo que a peça cirúrgica ficou no formol variou de 24 a 72 horas e só posteriormente foi avaliada pelo laboratório de anatomia patológica.
CONCLUSÕES
As margens cirúrgicas distais analisadas no estudo anatomopatológico são subestimadas em relação a avaliação intra-operatória. Dado importante para um melhor planejamento cirúrgico e a pronta avaliação da peça cirúrgica a fim de reduzir essa disparidade e dar subsídios mais adequados para o tratamento e seguimento pós-cirúrgico.CÂ
PALAVRAS CHAVE
CÂNCER COLORRETAL E MARGENS CIRÚRGICAS
Área
CÂNCER COLORRETAL
Instituições
HOSPITAL HELIÓPOLIS - São Paulo - Brasil
Autores
MARIA MARINA LEONARDO ALVES COSTA, FERNANDA BELOTTI FORMIGA, BERNARDO FONTEL POMPEU, LUIS FERNANDO PAES LEME