Dados do Trabalho


TÍTULO

PERFIL DOS PACIENTES SUBMETIDOS A LIFT EM SERVIÇO DE COLOPROCTOLOGIA DE UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO

OBJETIVO

As fístulas transesfincterianas representam 30% dos casos de fístula anorretal.1 Em 2007, Rojanasakul e colaboradores descreveram a técnica de ligadura interesfincteriana do trajeto fistuloso (LIFT), indicada para fístulas transesfincterianas com trajeto bem definido.2 Desde então, passou a compor o rol de cirurgias com preservação esfincteriana. O presente estudo objetiva traçar o perfil dos pacientes submetidos à essa técnica.

MÉTODO

Foram utilizados dados obtidos a partir de revisão de prontuário no período de maio de 2016 a maio 2021, referentes aos pacientes portadores de fístula anorretal que foram submetidos à LIFT. As características avaliadas foram idade, sexo, localização do orifício externo, tratamento cirúrgico prévio e recidiva da fístula.

RESULTADOS

Um total de 11 pacientes foram submetidos à LIFT no período analisado, sendo a maioria composta por mulheres (63,6%). A média de idade foi de 35,2 anos. Sete pacientes (64%) tinham realizado alguma cirurgia para tratamento de fístula previamente. Ao exame físico, o orifício externo (OE) se situava à esquerda em sete pacientes, à direita em três deles e bilateralmente em apenas um. Um paciente desenvolveu incontinência no pós-operatório, com escape fecal aos esforços. Houve recidiva do trajeto interesfincteriano em um paciente, após 6 meses, sendo submetido a fistulotomia. A técnica LIFT foi revisada em uma metanálise com 18 estudos incluindo 592 pacientes (65% do sexo masculino). A taxa média de cura relatada foi 74,6%, com um tempo médio de cicatrização de 5,5 semanas, sendo assim, considerada técnica eficaz no tratamento de fístulas anorretais transesfincterianas, especialmente as altas.3

CONCLUSÕES

Em nossa casuística, a maioria dos pacientes era do sexo feminino e com histórico prévio de cirurgia para tratamento de fístula anorretal. Estes fatores estão associados a maior risco de incontinência, o que reitera a benefício da técnica poupadora de esfíncter. Foi obtida taxa de sucesso de 91% após LIFT, com baixa taxa de recidiva, representando 9% dos pacientes acompanhados. Constatamos assim que a técnica LIFT é mais uma opção eficaz no tratamento de fístulas anorretais com destaque para preservação da musculatura esfincteriana e mais seguras em pacientes que necessitam de reabordagem.

PALAVRAS CHAVE

Fístula anorretal. Transesfincteriana. Ligadura transesfincteriana do trajeto fistuloso. LIFT.

Área

DOENÇAS ORIFICIAIS

Instituições

Hospital Universitário Edgard Santos - Bahia - Brasil

Autores

SABRINA QUERON SILVA BACELAR BOUDOUX, ISABELA DIAS MARQUES CRUZ, FLÁVIA CASTRO RIBEIRO FIDELIS, ALEXANDRE LOPES CARVALHO, VIVIANE MOREIRA GUSMÃO, LINA MARIA GOES CODES