Dados do Trabalho


TÍTULO

RESSECÇOES HEPATICAS POR METASTASE SINCRONICA DE CANCER COLORRETAL

OBJETIVO

As metástases hepáticas em câncer colorretal ocorrem entre 15 e 20% no momento do diagnóstico e 60 % ao longo do tratamento. Pacientes submetidos a ressecção hepática apresentam sobrevida em cinco anos de 35 a 55%. O Objetivo do nosso trabalho é descrever as características demográficas, cirúrgicas, clínicas e patológicas dos pacientes submetidos a hepatectomia por metástase de câncer colorretal.

MÉTODO

Foi realizado estudo retrospectivo, com avaliação dos prontuários eletrônicos de pacientes portadores de adenocarcinoma colorretal CID 10 C18, C 19 e C20, tratados no período de janeiro de 2019 a março de 2021. Foram incluídos paciente com metástases sincrônicas ao diagnóstico, única ou múltiplas, passiveis de ressecção R0. Dados referentes as metástases hepáticas não colorretais, outras ressecções hepáticas por doenças benignas e dados incompletos em prontuário foram excluídas. A Classificação Clavien-Dindo III-V, no período de 30 dias após a cirurgia, foi utilizado para avaliar as complicações cirúrgicas. Os dados foram anotados em planilha do Excel e posteriormente submetidos à análise.

RESULTADOS

Da análise de 135 pacientes tratados por câncer colorretal, 25 pacientes tinham metástases hepáticas sincrônicas (18%). Nessa amostra, a maioria era mulher (56%), com média de idade de 60 ± 11 anos. Em relação a localização do primário, 13 (52%) lesões eram no cólon sigmóide, sete (28%) no cólon direito, duas no cólon transverso (8%), uma no cólon esquerdo (4%) e duas (8%) no reto. Apenas oito pacientes foram submetidos a ressecção hepática (32%): sete deles em conjunto com a ressecção do primário e o último após quimioterapia esquema FLOX (tendo operado o primário em outra instituição). Assim, das sete ressecções conjuntas (primário e metástase), foram realizadas quatro retossigmoidectomias, uma colectomia esquerda e duas colectomias direitas. Em relação às oito ressecções hepáticas, três foram hepatectomias não regradas e cinco regradas (duas do segmento VI/VII, uma II/III, um segmento VI e uma segmento III). Um paciente evoluiu com complicação Clavien-Dindo III, IV e V (evisceração, complicação pulmonar seguida de óbito). A média de internação hospitalar foi de 14 dias. O resultado anatomopatológico confirmou margens livres em todas as hepatectomias. Quanto a quimioterapia, os esquemas mais utilizados foram capecitabina e FLOX (oxaliplatina com 5-fluorouracil). Dois pacientes estão sem sinais de doença com 20 meses de seguimento médio. Cinco evoluíram com recidiva sistêmica, pulmão, peritônio, cérebro e osso, porém estão em vigência de quimioterapia com 26 meses de sobrevida média.

CONCLUSÕES

No presente estudo, apesar do número limitado de casos, as ressecções hepáticas, podem ser submetidas a ressecção no mesmo tempo da cirurgia intestinal. Entretanto, logo que possível, os pacientes precisam ser submetidos ao tratamento quimioterápico devido ao elevado risco de recidiva de doença.

PALAVRAS CHAVE

CÂNCER COLORRETAL, NEOPLASIAS HEPÁTICAS

Área

CÂNCER COLORRETAL

Instituições

HOSPITAL HELIÓPOLIS - São Paulo - Brasil

Autores

DANIEL RAMOS NEVES SERRANO, VIVANE PONTES DE SOUZA PORTO, PEDRO HENRIQUE COÊLHO DE MELO LEITE, MARINA POSSENTI FRIZZARIN, THYARA AYANA PRESOTTO, FERNANDA BELLOTTI FORMIGA, BERNARDO FONTEL POMPEU, LUIS FERNANDO PAES LEME