Dados do Trabalho


TÍTULO

TRATAMENTO DO CANCER COLORRETAL NA PANDEMIA SARS-COV-2

OBJETIVO

Em 11 de março de 2020, a Organização Mundial de Saúde, considerou a COVID-19 como pandemia. Hospitais estavam lotados de atendimento a pacientes graves, com pneumonia associado a síndrome gripal. O controle de disseminação da doença associado as medidas de restrição, além da falta de insumos, foram os motivos que diminuíram as cirurgias eletivas. O câncer colorretal, principalmente no sus, teve seu atendimento e tratamento prejudicado. Nosso objetivo é avaliar o impacto na redução dos casos de câncer colorretal, relacionadas as características demográficas, clínicas, cirúrgicas e patológicas durante a primeira onda do COVID-19.

MÉTODO

Foi realizado avaliação de coorte retrospectiva, com pacientes, portadores da patologia CID 10 C18, C19 e C20, tipo histológico adenocarcinoma, atendidos entre o período de 11 de março de 2020 até fevereiro de 2021, período da pandemia Sars-cov-2. Devido à escassez de exames de RT-PCR no sistema único de saúde, os pacientes cirúrgicos eletivos realizavam testes de sorologia como triagem inicial. Se positivos, a cirurgia era suspensa, sendo realizado o RT-PCR. Após o período de isolamento, eram operados em 30 dias. Foram excluídos os casos operados de urgência, outros tipos histológicos e os casos com dados incompletos em prontuário. Os dados foram analisados e descritos em planilha de Excel para posterior análise descritiva.

RESULTADOS

Do nosso banco de dados de 135 cirurgias, foram selecionados 23 pacientes tratados por câncer colorretal, durante a primeira onda de COVID-19. A idade variou de 61 ± 11 anos, sendo a maioria homens (62%). Quanto a localização, os tumores de cólon sigmóide ocorreram em 10 casos (43%), seguido do cólon direito com 9 casos (39%), reto três (13%) e um caso de cólon esquerdo (4%). Oito pacientes apresentavam metástases hepáticas sincrônica ao diagnóstico (34%). Em relação ao câncer de reto, três pacientes foram submetidos a tratamento neoadjuvante com Radioterapia 28 sessões, com dose total de 50,4 Gy associado a capecitabina. Em relação aos procedimentos cirúrgicos foram 13 retossigmoidectomias, 9 colectomias direitas e uma colectomia esquerda. Apenas três (12%) casos, evoluíram com complicações Clavien-Dindo III e V, sendo uma fístula digestiva (4,3%) e uma fístula urinária submetidos a tratamento cirúrgico de urgência. Um óbito, por sepse, por tumor perfurado e abscedado. Dois pacientes positivos com COVID-19 pré-operatório foram operados 30 dias pós isolamento. Não houve óbitos por infecção por COVID 19. Nenhum paciente infectou por COVID-19 em até 15 dias após internação do tratamento eletivo.

CONCLUSÕES

Na Pandemia Sars-cov-2, observou-se uma redução no tratamento do câncer colorretal. Quando submetidos a triagem para infecção, observou-se que a cirurgia poderia ser feita de forma segura, sem qualquer aumento no índice de morbidade e mortalidade pelo COVID-19.

PALAVRAS CHAVE

CÂNCER COLORRETAL, INFECÇÃO PELO SARS-COV-2

Área

CÂNCER COLORRETAL

Instituições

HOSPITAL HELIÓPOLIS - São Paulo - Brasil

Autores

ÉDSEL SILVA BELLEZA DO NASCIMENTO, VIVANE PONTES DE SOUZA PORTO, THYARA AYANA PRESOTTO, DANIEL RAMOS NEVES SERRANO, PEDRO HENRIQUE COÊLHO DE MELO LEITE, BERNARDO FONTEL POMPEU, LUIS FERNANDO PAES LEME