Dados do Trabalho
TÍTULO
OPÇOES DE TRATAMENTO NO ADENOCARCINOMA DE RETO
OBJETIVO
O tratamento do câncer de reto depende de sua localização e estadiamento. Tumores situados em reto alto, usualmente são tratados com cirurgia “up front”. Entretanto, as opções terapêuticas para o câncer de reto médio e baixo, variam com seu estadiamento e localização em relação ao esfíncter. O Objetivo desse trabalho é avaliar as características demográficas, clínicas, cirúrgicas e patológicos dos pacientes submetidos a tratamento para câncer de reto em instituição de referência.
MÉTODO
Foi realizado avaliação retrospectiva com pacientes, portadores do CID C 20, atendidos entre o período de 11 de março de 2019 até fevereiro de 2021. Foram incluídos todos os pacientes com anatomopatológico de adenocarcinoma de reto, com estadiamento clínico T3, T4, N+ ou comprometendo o esfíncter anal. Foram excluídos os casos operados de urgência e emergência, bem como lesões com outro tipo histológico. Os dados incompletos em prontuário eletrônico, também foram excluídos. Os dados foram transcritos em planilha de Excel para posterior análise descritiva.
RESULTADOS
De um total de 138 pacientes portadores de câncer colorretal, foram selecionados 32 (23%) pacientes tratados por câncer de reto. A idade variou de 62 ± 11 anos, sendo a maioria homens (58%). Quanto a localização, 12 (37%) neoplasias de reto alto, 10 (31%) de reto médio e 10 (31%) de reto inferior. Em relação aos casos de neoplasia de reto superior, apenas sete casos (21%) foram submetidos a cirurgia “up-front”, cuja cirurgia foi a ressecção anterior baixa do reto com anastomose primária término-terminal. A neoadjuvância foi indicada em 25 pacientes (79%), sendo 19 casos tratados com radioterapia associada a capecitabina (76%) e seis casos de short course (24%). Dos pacientes submetidos a neoadjuvância, 18 (72%) foram submetidos a excisão total do mesorreto, associados a ileostomia de proteção. A amputação abdominoperineal foi realizada em quatro casos (16%). Dois pacientes foram submetidos ao protocolo “watch and wait”, por resposta clínica completa. Um paciente morreu na vigência da neoadjuvância por neutropenia febril. No pós-operatório, de um total de 29 cirurgias para câncer de reto, 10 pacientes (34%) tiveram complicações Clavien-Dindo III e IV. Seis (20%) tinham recebido neoadjuvância. A fístula digestiva ocorreu em seis casos (20%), uma hernia interna, uma evisceração, uma trombose venosa profunda e um caso de sangramento intraoperatório. Em relação aos achados anatomopatológicos, obtivemos duas respostas patológicas completas em pacientes submetidos a neoadjuvância. Vinte e um pacientes vivos com sobrevida média de 18 meses. Até o momento houve três óbitos e três pacientes que perderam seguimento.
CONCLUSÕES
O câncer retal é uma doença cujo tratamento necessita de equipe multidisciplinar no seu manejo. O tratamento varia desde ressecções locais ou cirurgias “up-front”, até tratamentos associados com quimio e radioterapia, seguidos de abordagens cirúrgicas complexas.
PALAVRAS CHAVE
CÂNCER COLORRETAL, TRATAMENTO NEOADJUVANTE
Área
CÂNCER COLORRETAL
Instituições
HOSPITAL HELIÓPOLIS - São Paulo - Brasil
Autores
VIVANE PONTES DE SOUZA PORTO, PEDRO HENRIQUE COÊLHO DE MELO LEITE, MARINA POSSENTI FRIZZARIN, THYARA AYANA PRESOTTO, DANIEL RAMOS NEVES SERRANO, BERNARDO FONTEL POMPEU, LUIS FERNANDO PAES LEME