Dados do Trabalho


TÍTULO

PANORAMA DA INCIDENCIA DE ENDOMETRIOSE NO SISTEMA UNICO DE SAUDE ENTRE OS ANOS DE 2015 E 2020: UMA ANALISE DO IMPACTO DA PANDEMIA DE SARS-COV-2

OBJETIVO

A endometriose é caracterizada pela presença de endométrio fora da cavidade uterina, como na bexiga, nas tubas uterinas, nos ovários e no intestino. Entre a sintomatologia referida pela paciente podemos ter constipação, tenesmo, distensão abdominal, diarreia, sangramento e dor para evacuar sendo, portanto, uma condição que leva as pacientes a procurarem um profissional coloproctologista devido a natureza similar de suas queixas com condições provenientes dos cólons. A endometriose intestinal ocorre quando o tecido endometrial se desenvolve em volta das paredes intestinais, dificultando seu funcionamento e causando sintomas intestinais. Dependendo da gravidade do quadro, podem ser necessários procedimentos cirúrgicos para alívio da sintomatologia. Devido ao impacto na vida das pacientes que possuem endometriose, este trabalho tem como objetivo analisar a incidência de endometriose no Sistema Único de Saúde (SUS), entre os anos de 2015 e 2020, tendo em relação a pandemia de SARS-CoV-2.

MÉTODO

Estudo epidemiológico transversal descritivo a partir de dados do Departamento de Informática do SUS (DATASUS), entre os anos de 2015 e 2020.

RESULTADOS

Entre os anos de 2015 e 2020, ocorreram 66.722 novos casos de endometriose em todo Brasil, sendo 28.414 na região Sudeste, (42,5%), 17.434 na região Nordeste (26,1%), 12.571 na região Sul (18,8%), 4.385 na região Centro-Oeste (6,5%) e 3.918 na região Norte (5,8%). Em média, ocorreram 11.120 novos diagnósticos por ano em todo território nacional, com desvio padrão (DP) de 2155,42. A região Norte apresentou média anual de 653 com DP de 118,30. A região Nordeste contou com média de 2.905 novos casos e DP de 553,08. A região Sudeste contabilizou média de 4.735, com DP de 960,93. A média anual observada na região Sul foi de 2.095 e DP de 487,96. A região Centro-Oeste teve média de 730 novos diagnósticos e DP de 125,99. Em relação ao impacto da pandemia, foi vista uma queda no número de novos casos de endometriose, sendo a região Sul com a maior redução, de 44%, seguida pela região Sudeste, com queda de 39,2%, após a região Nordeste, com diminuição de 37,3%, seguida da região Norte, com redução de 35,8%, e por fim a região Centro-Oeste, com uma queda de 25,8%.

CONCLUSÕES

A partir da análise dos dados obtidos, notou-se uma redução de 38,6% na incidência de endometriose em todo o Brasil em 2020 em comparação com a média anual dos anos anteriores, sendo as regiões Sul e Sudeste com diminuições acima da média nacional. A saturação do sistema de saúde, juntamente com o receio da população por procurar um atendimento médico fez com que muitas pacientes ficassem sem atendimento adequado e sem a possibilidade de investigação de sua sintomatologia.

PALAVRAS CHAVE

endometriose; covid-19; pandemia;

Área

ENDOMETRIOSE

Instituições

Universidade Feevale - Rio Grande do Sul - Brasil

Autores

LAURA PSCHICHHOLZ