Dados do Trabalho


TÍTULO

COLONIZAÇAO DE FISTULAPERIANAL CRONICA POR ADENOCARCINOMA DE RETO. RELATO DE CASO

INTRODUÇÃO

A disseminação do câncer colorretal pode ser linfática, hematogênica, transperitoneal ou por contiguidade. Existem relatos que indicam que células cancerosas colorretais são facilmente esfoliadas e podem se implantar em locais onde há lesão de mucosa, como as linhas de grampos e feridas hemorroidárias resultando em recidiva tumoral. Através desse mesmo mecanismo torna‐se possível a semeadura de adenocarcinoma colorretal em fístula anal, condição extremamente rara. ¹O objetivo deste trabalho é relatar um curioso caso de um paciente diagnosticado com adenocarcinoma de reto com colonização de células tumorais em trajeto de fistula perianal prévia, documentado por PET-SCAN em acompanhamento oncológico ambulatorial.

RELATO DE CASO

Masculino, 40 anos, com história de cirurgia de fístula anorretal há 1 ano, evoluindo com diarreia, dor em flanco esquerdo, emagrecimento de 20 Kg em 1 ano e manutenção de sintomas perineais em local de fistulotomia prévia. Suspeitou-se inicialmente de doença de Crohn. Realizou enterorressonância, colonoscopia e exame histopatológico com diagnóstico de adenocarcinoma pouco diferenciado de cólon sigmoide. Foi submetido a retossigmoidectomia abdominal e fistulotomia anorretal com desbridamento e colocação de sedenho. O anátomo-patológico da peça cirúrgica identificou comprometimento de 19 de 22 linfonodos dissecados e colonização parcial de trajeto fistuloso anorretal por adenocarcinoma que foi confirmada por estudo imuno-histoquímico. Realizou PET-SCAN com evidências de hipermetabolismo acentuado em trajeto de fistula perianal, sugestivo de acometimento secundário. Foi então feita nova abordagem cirúrgica da fístula anorretal, durante o tratamento quimioterápico e foi feita a ressecção de todo o trajeto fistuloso com margem oncológica. O estudo histopatológico de congelação e da peça cirúrgica não encontrou evidências de neoplasia malígna.

DISCUSSÃO

As vias de disseminação hematogênica e linfonodal são as mais comuns na neoplasia colorretal. Entretanto deve-se atentar a possibilidade de lesões por contiguidade, em especial como neste caso, colonização tumoral de tecidos próximos. A raridade da disseminação e o sucesso da abordagem nos motivou a relatar esse caso.

PALAVRAS CHAVE

CÂNCER COLORRETAL, FÍSTULA, ADENOCARCINOMA

Área

CÂNCER COLORRETAL

Instituições

FACULDADE DE MEDICINA DO ABC - São Paulo - Brasil

Autores

GUILHERME GARCIA HUDARI, SÉRGIO HENRIQUE COUTO HORTA, FLÁVIA BALSAMO, SANDRA DI FELICE BORATTO, JULIANA GIANGIARDI BATISTA, ALINE ZARA, AMANDA VITIELLO PEREIRA BROSCO