Dados do Trabalho


TÍTULO

PANORAMA DA INCIDENCIA DE DOENÇA DE CROHN E COLITE ULCERATIVA NO SISTEMA UNICO DE SAUDE ENTRE OS ANOS DE 2015 E 2020: UMA ANALISE DO IMPACTO DA PANDEMIA DE SARS-COV-2

OBJETIVO

As doenças inflamatórias intestinais (DII) são condições crônicas que tem como característica principal a inflamação dos intestinos. Elas acometem os indivíduos de forma variável e tem como principal sintoma a dor abdominal. As duas principais DII são a Doença de Crohn, que pode afetar qualquer parte do trato gastrointestinal e sua inflamação geralmente acomete toda a espessura da parede intestinal, e a Colite Ulcerativa, que é limitada ao cólon e ao reto e sua inflamação acomete apenas a camada mais interna do intestino. Visto a importância do diagnóstico das DII para melhorar a sintomatologia do paciente e devido ao risco elevado de desenvolvimento de carcinoma colorretal nos pacientes portadores dessas patologias, além da necessidade de procedimentos cirúrgicos para a melhora do prognóstico e da qualidade de vida, este trabalho tem como objetivo analisar a incidência de Doença de Crohn e Colite Ulcerativa no Sistema Único de Saúde (SUS), entre os anos de 2015 e 2020, tendo em relação a pandemia de SARS-CoV-2.

MÉTODO

Estudo epidemiológico transversal descritivo a partir de dados do Departamento de Informática do SUS (DATASUS), entre os anos de 2015 e 2020.

RESULTADOS

Entre os anos de 2015 e 2020, ocorreram 27.054 novos casos de DII em todo Brasil, sendo 12.765 na região Sudeste, (47,1%), 5.735 na região Nordeste (21,1%), 5.374 na região Sul (19,8%), 2.056 na região Centro-Oeste (7,5%) e 1.124 na região Norte (4,1%). Em média, ocorreram 4.509 novos diagnósticos por ano em todo território nacional, com desvio padrão (DP) de 415,03. A região Norte apresentou média anual de 187 com DP de 41,2. A região Nordeste contou com média de 955 novos casos e DP de 161,55. A região Sudeste contabilizou média de 2.127, com DP de 227,54. A média anual observada na região Sul foi de 895 e DP de 56,8. A região Centro-Oeste teve média de 342,66 novos diagnósticos e DP de 39,2. Em relação ao impacto da pandemia, foi vista uma queda no número de novos casos de DII, sendo a região Norte com a maior redução, de 32,6%, seguida pela região Sudeste, com queda de 14,7%, após a região Centro-Oeste, com diminuição de 12,5%, seguida da região Sul, com redução de 9,9%. A região Nordeste teve um aumento de 3,5% no número de diagnósticos de DII no ano de 2020 em comparação com a média dos anos entre 2015 e 2019.

CONCLUSÕES

A partir da análise dos dados obtidos, notou-se uma redução de 10,5% na incidência de DII em todo o Brasil em 2020 em comparação com a média anual dos anos anteriores, sendo as regiões Norte, Sudeste e Centro-Oeste com diminuições acima da média nacional, enquanto a região Nordeste mostra aumento na incidência. A saturação do sistema de saúde, juntamente com o receio da população por procurar um atendimento médico fez com que muitos pacientes ficassem sem atendimento adequado e sem a possibilidade de investigação de sua sintomatologia.

PALAVRAS CHAVE

DII; pandemia; covid-19

Área

DOENÇAS INFLAMATÓRIAS DO INTESTINO

Instituições

Universidade Feevale - Rio Grande do Sul - Brasil

Autores

LAURA PSCHICHHOLZ