Dados do Trabalho


TÍTULO

A IMPORTANCIA DE AMPLO DESBRIDAMENTO NA FASCIITE NECROSANTE PARA UM DESFECHO FAVORAVEL. RELATO DE CASO

INTRODUÇÃO

Embora a fasciíte necrosante (FN) seja considerada uma doença infecciosa rara, a presença de fatores predisponentes como diabetes e obesidade, contribuem para aumentar a incidência dessa afecção cuja taxa de mortalidade é de 20%. A infecção é causada por uma flora mista de bactérias gram +, gram - e anaeróbias que agem sinergicamente. O diagnóstico precoce, a antibioticoterapia correta, o tratamento cirúrgico agressivo e precoce da área necrótica e o tratamento com oxigênio hiperbárico permitem a recuperação do paciente, reduzindo drasticamente as consequências funcionais e a mortalidade.²

RELATO DE CASO

Masculino, 64 anos, pedreiro, diabético insulinodependente mal controlado, procura atendimento em serviço de emergência por dor e abaulamento em região glútea direita de inicio há 1 semana. Realizado diagnóstico clínico de abcesso isquiorretal, foi submetido a drenagem pouco efetiva local, sem destelhamento de abcesso e colocação de dreno de penrose. Evoluiu com sinais clínicos de sepse com taquicardia, adinamia e febre, apesar de antibioticoterapia de amplo espectro, e na região perianal notou-se pele necrótica e hiperemiada com secreção purulenta fétida. Realizado, no 6º pós-operatório, novo procedimento cirúrgico com extenso desbridamento de tecidos desvitalizados e cultura da secreção local. Apesar de extensa ferida operatória, não foi feito estoma derivativo pois não se observou comprometimento esfincteriano. No pós-operatório, realizou sessões de oxigenoterapia hiperbárica. Recebeu alta hospitalar após 20 dias da primeira abordagem com bom tecido de granulação. Após dois meses de acompanhamento ambulatorial, foi feito o fechamento da área cruenta com retalho local com equipe de cirurgia plástica.

DISCUSSÃO

A FN é uma emergência cirúrgica com alta taxa de morbidade e mortalidade. A natureza agressiva da infecção impõe a necessidade de reconhecimento precoce, permitindo a intervenção cirúrgica imediata. A antibioticoterapia de amplo espectro e o desbridamento cirúrgico urgente são os princípios gerenciais centrais. A oxigenioterapia hiperbárica e o fechamento assistido a vácuo, complementam a abordagem. Estima-se que sejam necessários 3,5 procedimentos cirúrgicos para controle local da infecção.³ No paciente apresentado, fica evidente que o desbridamento ineficiente inicial comprometeu sua evolução clínica. Na maioria dos pacientes, a colostomia não está indicada, tendo em vista as complicações inerentes a sua confecção (isquemia, infecção e evisceração) e o aumento da mortalidade nestes pacientes. Todavia, a presença de lesão esfincteriana, extensão da área de necrose perineal e perfuração retal são indicações presentes na literatura para minimizar a contaminação fecal da ferida. ⁴ Por fim, faz-se necessária a atenção especial dos cirurgiões que recebem estes casos no pronto atendimento. A realização de um desbridamento amplo e agressivo na primeira intervenção diminuem os riscos de complicações e óbito.

PALAVRAS CHAVE

fascíite necrosante

Área

CONSTIPAÇÃO E DOENÇAS DO ASSOALHO PÉLVICO

Instituições

FACULDADE DE MEDICINA DO ABC - São Paulo - Brasil

Autores

GUILHERME GARCIA HUDARI, SÉRGIO HENRIQUE COUTO HORTA, FLÁVIA BALSAMO, SANDRA DI FELICE BORATTO, ALINE ZARA, JULIANA GIANGIARDI BATISTA, AMANDA VITIELLO PEREIRA BROSCO