Dados do Trabalho
TÍTULO
OBESIDADE E DOENÇA INFLAMATORIA INTESTINAL, QUAIS SUAS RELAÇOES E DISCUSSAO SOBRE POSSIBILIDADES CIRURGICAS. RELATO DE CASO.
INTRODUÇÃO
As doenças inflamatórias intestinais (DII) são um grupo de distúrbios que incluem a Colite Ulcerativa e a Doença de Crohn. Os tratamentos mais específicos e eficazes tem transformado o aspecto clínico destes pacientes tornando-os com aparência saudável ou ainda com obesidade em diversos níveis.A obesidade em especial, está se tornando cada vez mais comum entre pacientes com doença inflamatória intestinal e desempenha um papel importante no desenvolvimento e no curso da doença. o tecido adiposo deixou de ser considerado apenas um tecido de armazenamento da gordura do organismo e atualmente é reconhecido como um órgão com funções endócrinas e imunitárias.O objetivo deste estudo é relatar um caso de abordagem cirurgica em paciente com Retocolite ulcerativa exacerbada associada a obesidade.
RELATO DE CASO
Veterinária, 27 anos, diagnosticada com pancolite ulcerativa desde os 16 anos que tratou com derivados 5 asa, azatioprina, corticosteroides, infliximabe e vedolizumabe. Refratária a todas as medicações, em combinação ou não, necessitando de internação hospitalar para pulso de corticóide e analgesia por diversas vezes. Abandonou o seguimento por rebeldia por, pelo menos 3 ocasiões. Desenvolveu obesidade morbida com imc maior que 40. Em dezembro de 2018 realizou colonoscopia que identificou pancolite crônica, tubulização e microcólon, lesão em cólon sigmóide, plana elevada, esbranquiçada, endurecida, de 2 cm de extensão ocupando 1/3 para parede colônica. O estudo da biópsia da lesão revelou adenocarcinoma pouco diferenciado ulcerado. Sempre resistente à idéia da ostomia definitiva. Submetida a proctocolectomia total, ileostomia terminal e fechamento do coto retal 2 cm acima da linha anopectínea em 27 de dezembro de 2018. O resultado da peça cirúrgica não identificou a lesão neoplásica. Em agosto de 2019, com exames de imagem e laboratoriais normais, submetida a reconstrução de trânsito intestinal com bolsa ileal em j com anastomose da bolsa com o canal anal 1 cm acima da linha anopectínea. Não foi feita ileostomia protetora pois o mesodelgado era muito espesso e não ascendia à parede abdominal para confecção de ileostomia protetora. Evoluiu sem intercorrências com 3 evacuações ao dia e sem incontinência ou soilling. Ganhou peso o que piorou a qualidade de vida. Em junho de 2020, submetida a gastroplastia pela técnica de sleeve com excelente efeito sobre a obesidade. Mantem uso contínuo pós operatório de Ustequinumabe subcutâneo.
DISCUSSÃO
A proctocolectomia total com anastomose ileoanal em bolsa é o tratamento cirúrgico de escolha para pacientes com doença inflamatória restrita ao cólon e polipose adenomatosa familiar. A confecção de ileostomia terminal ou ileostomia protetora em alça após anastomose ileoanal são estratégias de dificil aplicação no paciente obeso. No caso acima relatado foi optado por confecção de bolsa ileal sem ileostomia protetora pela impossibilidade de tração e exteriorização do íleo pela espessura do mesodelgado e pela espessura da parede abdominal.
PALAVRAS CHAVE
RETOCOLITE ULCERATIVA, BOLSA ILEAL, OBESIDADE
Área
DOENÇAS INFLAMATÓRIAS DO INTESTINO
Instituições
FACULDADE DE MEDICINA DO ABC - São Paulo - Brasil
Autores
GUILHERME GARCIA HUDARI, SÉRGIO HENRIQUE COUTO HORTA , FLÁVIA BALSAMO, SANDRA DI FELICE BORATTO, ALINE ZARA, JULIANA GIANGIARDI BATISTA, AMANDA VITIELLO PEREIRA BROSCO