Dados do Trabalho


TÍTULO

ABSCESSO ANORRETAL TRATADO NO SERVIÇO DE EMERGENCIA: COMO EVOLUEM ESSES PACIENTES?

OBJETIVO

O abscesso anorretal é uma afecção proctológica extremamente prevalente no serviço de emergência. Conduzido por cirurgião geral em ambiente em que tal afecção não é prioridade, pode causar atraso no diagnóstico e manejo inadequado, levando a múltiplos procedimentos, aumento do custo e prolongado sofrimento ao doente. O objetivo desse trabalho é definir a taxa de resolução dos abscessos anorretais tratados no pronto socorro e descrever as principais técnicas de tratamento.

MÉTODO

Análise retrospectiva dos pacientes com CID 10 K61 que deram entrada pelo serviço de emergência e foram operados pela equipe de cirurgia geral, nos anos de 2019 e 2020. Através do prontuário médico, foi confirmado o diagnóstico definitivo de abscesso anorretal sem fístulas previamente conhecidas. Foram critérios de exclusão: paciente com abscesso anorretal, operados pela equipe da coloproctologia, tumores abscedados, síndrome de Fournier e fístulas de Crohn com abscesso. A amostra selecionada foi caracterizada e investigada quanto a evolução do quadro pós-agudo, seja através de prontuário médico, consulta eletiva ou telefonema.

RESULTADOS

Dos 49 pacientes internados com CID 10 K61, 38 deles foram incluídos. Predominaram homens, média de idade de 39±15 anos e tempo médio de sintomas de 25 dias. A topografia perianal prevaleceu (55%), seguida da isquiorretal (31%). A maioria dos pacientes eram hígidos (79%), apenas 15% apresentavam alguma forma de imunossupressão: quatro casos de síndrome da imunodeficiência adquirida e dois com doença de Crohn mas sem fístula previamente conhecida. Apesar do longo tempo de história, menos da metade dos pacientes já estavam utilizando antibióticos (45%). No intraoperatório, metade dos pacientes foram submetidos à drenagem ampla e em 45% da amostra houve identificação da fístula. Outros tratamentos como colocação de dreno (em sete casos), passagem de sedenho (oito casos) e fistulotomia (quatro casos) foram realizados. A taxa de resolução do tratamento do abscesso foi de 63%, com dois pacientes refazendo o abscesso antes do tratamento definitivo, sendo necessária nova abordagem na urgência. Dos pacientes (14 casos - 37%) que evoluíram com fístula perianal, o tratamento definitivo foi realizado 4±3 meses depois.

CONCLUSÕES

O abscesso anorretal é por vezes diagnosticado tardiamente. Uma adequada abordagem cirúrgica no serviço de emergência pode gerar resolução completa do quadro, evitando evoluir para fístula anorretal.

PALAVRAS CHAVE

Fístula Anal; Doenças Anorretais

Área

URGÊNCIAS COLOPROCTOLÓGICAS

Instituições

Hospital Heliópolis - São Paulo - Brasil

Autores

NAYARA SANCHES RIGO, LARISSA MERCADANTE DE ASSIS, PHILIPE FRANCO DO AMARAL TAFNER, FERNANDA BELLOTTI FORMIGA, BERNARDO FONTEL POMPEU, LUÍS FERNANDO PAES LEME