Dados do Trabalho


TÍTULO

ILEOTIFLECTOMIAS EM APENDICITE AGUDA: E UM PROCEDIMENTO AINDA REALIZADO EM SERVIÇOS DE URGENCIA?

OBJETIVO

As taxas de complicações de apendicites agudas podem variar de 8 a 23 %. O atraso no diagnóstico pode provocar um aumento no risco de perfuração de 5 a 8% a cada 24 horas. Mesmo em apendicites com comprometimento do ceco, a utilização de grampeadores ou mesmo a técnica de Parker Kerr, são procedimentos mais conservadores e bem-sucedidos quando bem indicados. São raros os dados sobre a incidência de colectomias segmentares ou íleotiflectomias nas apendicectomias. O trabalho tem por objetivo avaliar a incidência de íleotiflectomia nas apendicites agudas em um serviço de urgência e emergência

MÉTODO

Foi realizado avaliação de coorte retrospectiva de pacientes submetidos tratamento cirúrgico para apendicite aguda, em serviço de urgência e emergência, no período de março de 2019 a dezembro de 2020. Excluímos os pacientes com informações incompletas no prontuário, bem como, aqueles submetidos a colectomia direita por outras causas. Os pacientes submetidos a apendicectomia de forma eletiva também foram excluídos. Os dados foram coletados em tabela de Excel e posteriormente submetidos a análise descritiva.

RESULTADOS

Foram selecionados 118 pacientes submetidos a tratamento cirúrgico para apendicite aguda, no período de março de 2019 a dezembro de 2020. A maioria (67%) do sexo masculino, com média de idade 31 ± 13 anos. O tempo médio de evolução dos sintomas foi de 2,76 ± 3 dias. Quarenta e nove pacientes (41%) realizaram tomografia sem contraste sendo que 45 (91%), tiveram achados sugestivos de apendicite aguda. Quanto aos procedimentos cirúrgicos foram quatro cirurgias videolaparoscópicas e 114 cirurgias convencionais, sendo a técnica de Ochsner a mais realizada para sepultamento do coto apendicular. Apenas três casos foram submetidos a íleotiflectomias (2,5%). Os três casos tiveram achados de intensa inflamação com bloqueio de alças, associados a comprometimento da parede do ceco. A média de evolução dos sintomas clínicos, nesses pacientes, foi de quatro dias. O esquema de antibiótico introduzido foi ceftrixona com metronidazol com tempo médio de 4 ± 5 dias. Os três casos estavam em fase fibrinopurulenta com coleções intra-abdominais. Uma paciente evoluiu com fistula entérica necessitando de re-abordagem cirúrgica. Não houve óbito por apendicite.

CONCLUSÕES

A incidência de íleotiflectomias em apendicites agudas no presente estudo foi de 2,5%.

PALAVRAS CHAVE

Hemicolectomia; apendicite

Área

URGÊNCIAS COLOPROCTOLÓGICAS

Instituições

Hospital Heliópolis - São Paulo - Brasil

Autores

LUIZA FENELON FERREIRA, LETÍCIA ALMEIDA PONTES, GABRIELA LOURENÇO, HANNAH SOPHIE BIERAST, BEATRIZ CAMARGO, BERNARDO FONTEL POMPEU, LUÍS FERNANDO PAES LEME