Dados do Trabalho


TÍTULO

TOMOGRAFIA DE ABDOME SEM CONTRASTE NO DIAGNOSTICO DAS APENDICITES AGUDAS

OBJETIVO

Apendicite é um diagnóstico comum nos pacientes com suspeita de abdome agudo, que procuram os serviços de urgência e emergência. O diagnóstico geralmente baseia-se nos dados da história, exame físico e testes laboratoriais. Entretanto, observa-se que até um terço dos pacientes podem necessitar de exames de imagem, devido quadro clínico-laboratorial atípico. Objetivo desse trabalho é avaliar a eficácia da tomografia sem contraste no diagnóstico de apendicite aguda.

MÉTODO

Foi realizado avaliação de coorte retrospectiva de pacientes submetidos tratamento cirúrgico para apendicite aguda, em serviço de urgência e emergência, no período de março de 2019 a dezembro de 2020. Excluímos os pacientes submetidos a tomografia com contraste endovenoso, com informações incompletas nos prontuários, pacientes operados por abdome agudo de outra etiologia, bem como as apendicectomias eletivas. Os achados tomográficos, compatíveis com suspeita de apendicite aguda, foram definidos como: edema e espessamento apendicular (7 mm), coleções pélvicas, apendicolito e pneumoperitônio. Os dados foram coletados em tabela de Excel e posteriormente submetidos a análise descritiva.

RESULTADOS

Foram selecionados 118 pacientes submetidos a apendicectomia no período de março de 2019 a dezembro de 2020, em caráter de urgência por suspeita de apendicite aguda. A maioria (67%) do sexo masculino, com a média de idade 31 ± 13 anos. O tempo médio de evolução dos sintomas foi de 2,76 ± 3 dias. Apenas 14 pacientes (11%) apresentaram quatro sinais clínicos (hiporexia, febre, dor abdominal e vômitos) sugestivos de apendicite. Quarenta e um (34%), apresentaram pelo menos três sintomas. Em relação aos exames de imagem, vinte e cinco (21%), foram submetidos a ultrassonografia abdominal com achados sugestivos de apendicite. Quarenta e nove (41%), realizaram tomografia sem contraste, sendo a maioria (91%) com achados radiológicos sugestivos de apendicite. O espessamento apendicular foi o achado mais comum (88%), seguido pela coleção intra-abdominal em 11% e pneumoperitônio em 4 % dos casos. Dois ou mais achados radiológicos foram visualizados em 26%. A sensibilidade do método foi de 91%. A apendicite gangrenada ocorreu em 14 casos (11%), trinta e sete (31%), eram fibrinopurulenta, trinta e nove (33%) flegmonosa e 28 casos (23%) fase edematosa.

CONCLUSÕES

Quando bem indicado, nos casos de dúvida diagnóstica a tomografia sem contraste pode ser um exame útil na indicação do tratamento cirúrgico das apendicites. A sensibilidade do método foi de 91%

PALAVRAS CHAVE

Tomografia ; apendicite

Área

URGÊNCIAS COLOPROCTOLÓGICAS

Instituições

Hospital Heliópolis - São Paulo - Brasil

Autores

LUIZA FENELON FERREIRA, LETÍCIA ALMEIDA PONTES, GABRIELA LOURENÇO, HANNAH SOPHIE BIERAST, BEATRIZ CAMARGO, BERNARDO FONTEL POMPEU, LUÍS FERNANDO PAES LEME