Dados do Trabalho


TÍTULO

PERFIL DOS PACIENTES SUBMETIDOS A RESSECÇAO ENDOSCOPICA TRANSANAL (TEM) DE 2016 A 2021 EM UM HOSPITAL UNIVERSITARIO

OBJETIVO

Em 1983, Gerhard Buess inaugurou a era da cirurgia endoscópica transanal motivado pela limitação de alcance e de campo de visão do procedimento convencional.1,3 A Microcirurgia Endoscópica Transanal (TEM) é uma técnica minimamente invasiva indicada para ressecção de adenomas e carcinomas retais com estadiamento precoce, entre outras indicações. É utilizada para abordagem retal, alcançando até cerca de 17cm da borda anal, com ressecções de espessura total ou parcial da parede 2,3 O objetivo desse estudo foi traçar o perfil dos pacientes submetidos à TEM em um Hospital Universitário.

MÉTODO

Realizada coleta de dados nos prontuários de pacientes submetidos à TEM no período de março de 2016 a maio de 2021. Avaliados: idade, gênero, patologia da indicação cirúrgica, tempo de cirurgia, tempo de internamento, complicação pós-operatória, resultado de exame anatomopatológico.

RESULTADOS

Realizados 12 procedimentos, dois em um mesmo paciente. Todos foram submetidos a preparo mecânico de cólon e anestesia geral. Sete eram homens (63,3%), a idade média foi de 55,7 anos. As principais indicações do TEM foram lesões de crescimento lateral em sete pacientes (58,3%), pólipos retais em quatro (33,4%) e uma lesão vegetante (8,3%).
Entre as complicações cirúrgicas, dois pacientes apresentaram sangramento, um deles, transoperatório, controlado com sutura hemostática; o outro, pós-operatório imediato, necessitando de hemotransfusão, com resolução espontânea. As complicações clínicas foram trombose venosa profunda e embolia pulmonar em um mesmo paciente, com boa evolução ao tratamento clínico. O tempo de internamento foi de 4,9 dias. Retirando-se da análise o paciente que apresentou evento tromboembólico e ficou internado por 23 dias, a média de internação caiu para 3,27 dias. O tempo cirúrgico médio dos procedimentos foi de 126 minutos.
Os resultados de anatomia patológica registrados incluem pólipo hiperplásico (8,3%), adenoma tubular (25%) e túbulo-viloso com displasia de alto grau (51%), adenocarcinoma multifocal in situ em adenoma viloso (8,3%) e adenocarcinoma invasivo em adenoma túbulo viloso (8,3%), SM1 de Kikuchi, com margem comprometida. Este último paciente, portador de polipose adenomatosa familiar, foi submetido a proctectomia. As margens de ressecção foram livres em 58% das displásicas e 50% das neoplásicas. Entre os adenomas, 40% tinham margem comprometida por displasia de alto grau.

CONCLUSÕES

Em nosso serviço, observamos que a maioria das lesões tratadas por TEM foi benigna e em pacientes do sexo masculino. Um único paciente apresentou adenocarcinoma invasivo, sendo submetido a proctectomia. Os pacientes com margem comprometida por adenoma foram mantidos em seguimento endoscópico com biópsia de cicatriz. O tempo cirúrgico e o tempo de permanência hospitalar foram semelhantes à literatura1,2. Diante dos nossos dados, consideramos segura a abordagem por TEM para tratamento de lesões do reto em nosso serviço.

PALAVRAS CHAVE

TEM, Microcirurgia Endoscópica Transanal, Técnica minimamente invasiva

Área

MISCELÂNEA

Instituições

Hospital Universitário Professor Edgard Santos - Bahia - Brasil

Autores

VIVIANE MOREIRA GUSMAO, SABRINA QUERON SILVA BACELAR BOUDOUX, FLAVIA CASTRO RIBEIRO FIDELIS, ISABELA DIAS MARQUES CRUZ, ALEXANDRE LOPES CARVALHO, BRUNO PORTO MORAIS, LINA MARIA GOES CODES