Dados do Trabalho


TÍTULO

ADENOCARCINOMA DE SIGMOIDE SINCRONICO COM TUMOR NEUROENDOCRINO DE APENDICE EM PACIENTE PORTADORA DE PAF: UM RELATO DE CASO.

INTRODUÇÃO

A polipose adenomatosa familiar (PAF) consiste em uma desordem genética, de herança autossômica dominante, associada à mutação no gene APC, definida pela presença de múltiplos pólipos adenomatosos colônicos (>100), responsável por até 1% de todas as neoplasias colorretais, podendo ocorrer em cerca de 100% dos pacientes acima de 50 anos de idade (1) (2) (3).
Por outro lado, os tumores neuroendócrinos de apêndice cecal consistem na neoplasia neuroendócrina mais comum do trato gastrointestinal, além de representarem o tipo mais comum de neoplasia de apêndice, com maior incidência em crianças e adultos jovens (4). A colonoscopia é fundamental para o diagnóstico, pois até 18% dos tumores neuroendócrinos de apêndice são sincrônicos com outras neoplasias do trato gastrointestinal (5).

RELATO DE CASO

Paciente M.D.S, sexo feminino, 56 anos, com história de dor abdominal à esquerda, intermitente, em cólica, há 1 ano, não associada a alteração de hábito intestinal e sangramento retal. Negava fatores de melhora ou piora. Possui história pregressa de esplenectomia aos 13 anos de idade, e esquistossomose tratada em fevereiro de 2019. A irmã e mãe são falecidas devido a câncer colorretal aos 47 e 48 anos, respectivamente. Colonoscopia com evidência de mais de cem lesões polipoides, a partir de 15cm da borda anal até ceco, além de lesão elevada, ulcerada, friável e endurecida em cólon sigmoide, endoscopia digestiva alta com varizes esofágicas e tomografia de abdome com achados dentro da normalidade.
Submetida a colectomia total com ileorreto anastomose com alta hospitalar no 7º pós-operatório. Anatomopatológico demonstrou adenocarcinoma de cólon sigmoide estádio T3N1bM0 e tumor carcinóide de apêndice cecal medindo 0,8 cm, com menos de 1 mitose por campo de gande aumento e Ki67 inferior a 1%.

DISCUSSÃO

Existem poucos relatos na literatura acerca da associação entre tumor colorretal e neoplasia neuroendócrina de apêndice, a qual pode ser explicada pela mesma origem embriológica desses órgãos (9). Há relatos de que em 25% dos pacientes com neoplasia de apêndice são encontrados tumores sincrônicos ou metacrônicos no cólon e reto (10).

PALAVRAS CHAVE

TUMOR NEUROENDOCRINO, TUMOR SINCRONICO, ADENOCARCINOMA

Área

CÂNCER COLORRETAL

Instituições

HOSPITAL SANTA MARCELINA - São Paulo - Brasil

Autores

ISAAC FELIPPE CORRÊA NETO, LAERCIO ROBLES, CLAUDIA THEIS, KALINE FORTES VIANA, GUSTAVO DE OLIVEIRA, ISABEL MESTRINER DE SOUZA, GABRIELA SCHELLE