Dados do Trabalho


TÍTULO

COLITE FULMINANTE E DEGENERAÇAO MALIGNA COMO APRESENTAÇAO INICIAL DA RETOCOLITE ULCERATIVA: RELATO DE CASO

INTRODUÇÃO

A pancolite ulcerativa é uma forma de apresentação da retocolite ulcerativa (RCU) e responde por aproximadamente 20% dos casos, denota pior prognóstico e maior risco de lesões malignas. Cerca de 15% dos pacientes com pancolite podem se apresentar já na forma inicial com quadro grave e refratário conhecido como colite fulminante. A presença de lesões malignizadas já na apresentação inicial porém é incomum.

RELATO DE CASO

Feminino, 54 anos, deu entrada no pronto socorro com história de dor abdominal e aumento da frequência evacuatória com enterorragia. Negou episódios prévios, mas referiu perda ponderal de 6kg nos últimos 2 meses. Realizou tomografia que evidenciou espessamento pancolônico com lesão vegetante em cólon ascendente, a colonoscopia comprovou a pancolite com lesão ulcero-vegetante em ascendente, sem comprometimento do íleo terminal. Foi iniciado tratamento clínico com corticoterapia e antibioticoterapia e excluído colite infecciosa. Devido a piora clínica e biópsia colonoscópica comprovando o adenocarcinoma de cólon, foi submetida a cirurgia de urgência onde realizamos colectomia total, sepultamento do reto e ileostomia terminal por videolaparoscopia. Na análise da peça cirúrgica foi comprovado adenocarcinoma com células em anel de sinete e 4 linfonodos acometidos, com estadiamento patológico III (T3N2M0).

DISCUSSÃO

O tratamento cirúrgico de emergência na RCUI deve ser considerado em pacientes com quadros graves e piora da condição apesar do tratamento clínico, ou nenhuma melhora significativa após 48-96h de tratamento adequado1. A maioria das indicações de cirurgia de emergência são por megacólon tóxico2, perfuração ou hemorragia colorretal maciça3,4. No caso de cirurgia de urgência, colectomia total com ileostomia terminal deve ser considerada como o primeiro passo no tratamento cirúrgico da RCU grave, permitindo ao paciente recuperar seu estado geral de saúde, normalizar a nutrição e dar tempo para considerar a opção de proctocolectomia total com anastomose ileoanal e bolsa ileal ou, talvez, ileostomia permanente4. Pacientes com RCU apresentam risco aumentado de desenvolver câncer colorretal e este aumenta de acordo com o tempo de doença. A probabilidade do desenvolvimento de neoplasia nesses pacientes após 10 anos do diagnóstico é de 2%, mas pode chegar a 20% depois de 30 anos. A apresentação inicial da doença já com lesões malignas, porém, é incomum.

PALAVRAS CHAVE

doença inflamatória intestinal, retocolite ulcerativa, câncer colorretal

Área

DOENÇAS INFLAMATÓRIAS DO INTESTINO

Instituições

HOSPITAL SÃO LUIZ DOR - UNIDADE ITAIM - São Paulo - Brasil

Autores

DIOGO FONTES SANTOS, LUIZ CARLOS BENJAMIN DO CARMO, SERGIO GONTSCHAROW, THIAGO IBIAPINA ALVES