Dados do Trabalho


TÍTILO

EXTRAÇAO VIDEOLAPAROSCOPICA DE DISPOSITIVO INTRA-UTERINO (DIU) INTRA-ABDOMINAL COM RESSECÇAO PARCIAL DA PAREDE DO SIGMOIDE UTILIZANDO GRAMPEADOR

INTRODUÇÃO

A perfuração uterina é uma das mais graves complicações associadas com a inserção do dispositivo intra-uterino (DIU). A incidência de perfuração associada a este procedimento é de aproximadamente 0,05 a 13 para cada 1000, com taxa aceitável de 1,2/1000 inserções [1]. Cerca de 15% destas perfurações pode levar a complicações de órgãos adjacentes, principalmente intestinais [2,3,4]. Este vídeo demonstra o tratamento videoaparoscópico de uma perfuração de sigmóide após inserção do DIU através da ressecção parcial da parede intestinal utilizando grampeador cirúrgico.

RELATO DE CASO

Paciente 29 anos, nulípara, com historia de inserção de DIU há 6 meses. Três meses após instalação iniciou com dor abdominal recorrente, de média intensidade, localizada em baixo ventre e pelve. Negou  sintomas intestinais, alterações da evacuação ou padrão das fezes. Realizou USG pélvica de controle e logo após uma histeroscopia que não identificou o dispositivo na posição intra-uterina. Foi submetida então a uma tomografia computadorizada e posteriormente uma ressonância magnética da pelve que demonstrou a locação do dispositivo intra-peritoneal, com perfuração bloqueada em topografia do sigmóide. Realizado videolaparosocpia com identificação de sigmoide redundante preenchendo a pelve com corpo estranho bloqueado na borda anti-mesentérica em sua porção distal; realizado dissecção e ressecção do corpo estranho (DIU) com demonstração da haste perfurando a parede intestinal em uma extensão de 3mm. Para correção da perfuração optamos por realizar um grampeamento linear. A paciente evoluiu sem intercorrências no pós operatório, recebendo alta após 3 dias.

DISCUSSÃO

O DIU, quando em situação intra-peritoneal, pode permanecer longo período sem sintomatologia, sendo relatados casos de perfuração assintomática de víscera oca após até 8 anos [4]. Em um estudo com mais de 10.000 inserções de DIU, indicou que a maioria das perfurações (86%) não foram diagnosticadas no momento da inserção, e somente detectadas mais tarde [6]. Nosso caso demonstra que o tratamento laparoscópico é factível e efetivo e que perfurações pequenas sem contaminação da cavidade e comprometimento da vascularização da alça podem ser tratados com ressecção parcial da parede utilizando grampeador cirúrgico.

PALAVRAS CHAVE

videolaparoscopia, dispositivo intra-uterino

Área

MISCELÂNEA

Instituições

HOSPITAL SÃO LUIZ DOR - UNIDADE ITAIM - São Paulo - Brasil

Autores

DIOGO FONTES SANTOS, LUIZ CARLOS BENJAMIN DO CARMO, SERGIO GONTSCHAROW, THIAGO IBIAPINA ALVES