Dados do Trabalho


TÍTULO

TUMORES RETRORRETAIS: DIAGNOSTICO, TRATAMENTO E VIA DE ACESSO CIRURGICA

OBJETIVO

Devido a raridade dos tumores retrorretais (TRR), os autores apresentam uma série de casos e uma breve revisão sobre o tema, discutindo aspectos do diagnóstico, classificação e detalhes técnicos do tratamento incluindo a via de acesso cirúrgica (VAC)

MÉTODO

Dados de pacientes com diagnóstico de TRR em acompanhamento em um centro de referência no estado de São Paulo foram coletados através da revisão de prontuários eletrônicos. As seguintes características foram estudadas: idade, sexo, sintomas, dados de exames radiológicos, VAC, complicações pós-operatórias (CPO) e resultados anatomopatológicos (AP)

RESULTADOS

Foram incluídos 5 pacientes, todos do sexo feminino com idade média de 29,4 anos. Os principais sintomas eram dor pelviperineal e dificuldade evacuatória. O tempo para o diagnóstico variou desde 4 meses até 3 anos após início dos sintomas. Todos apresentavam ao toque retal (TR) abaulamento na parede posterior do reto. A Retossigmoidoscopia rígida identificou abaulamento do reto em 4, todos a mucosa normal.2 na Ressonância nuclear magnética da pelve (RNMp) tinham necrose central. Em 2 casos o diagnóstico ocorreu na gestação, sendo que 1 deles evoluiu com óbito fetal por complicações relacionadas ao tumor. 2 relatavam tentativa de ressecção prévia em outro serviço, sem sucesso. Em 1 paciente a ressecção não foi possível devido ao tamanho da lesão e invasão de vasos ilíacos e ureter. A escolha da VAC assim como tamanho das lesões, são descritos na tabela 1. AP revelou: cisto epidermóide, harmartoma cístico, tumor fibroso solitário, teratoma, rabdomiosarcoma. 4 estão assintomáticos e mantém acompanhamento ambulatorial. Um paciente foi a óbito um ano após o diagnóstico devido à complicação do tumor. Nenhuma CPO foi observada no pós-operatório tardio, e 1 apresentou deiscência parcial da ferida no pós-operatório precoce.

CONCLUSÕES

Embora incomuns, os TRR devem fazer parte dos diagnósticos diferenciais do coloproctologista, principalmente naqueles pacientes do sexo feminino em idade fértil com dor pélvica e dificuldade evacuatória. Compreendem um grupo heterogêneo de tumores, majoritariamente benignos. Ainda assim, o tratamento cirúrgico com excisão completa é recomendado. Em geral, não se recomenda biópsia pré-operatória pelo risco de implante de células tumorais no trajeto da biópsia. A VAC pode ser anterior, para tumores acima do nível de S3; posterior (transsacral), quando abaixo de S3; ou combinado, para os volumosos que se encontram tanto abaixo quanto acima de S3. O TR avalia o tamanho da lesão, posição e o grau de aderência a estruturas profundas. A RNMp tem papel fundamental pois determina o aspecto da lesão, invasão de estruturas adjacentes e auxilia no planejamento cirúrgico. A sacrectomia está recomendada para casos de invasão óssea, mas deve-se preservar pelo menos uma das raízes de S2 de maneira a evitar distúrbios urinários e intestinais. A VAC transsacral (Kraske) é utilizada para a maioria das lesões pré-sacrais, permitindo ressecção ampla com baixa morbidade.

PALAVRAS CHAVE

tumores retrorretais, acesso transsacral

Área

MISCELÂNEA

Instituições

HCFMUSP - São Paulo - Brasil

Autores

CAROLINA BORTOLOZZO GRACIOLLI FACANALI, LUCAS FARACO SOBRADO, JOSE AMERICO BACCHI HORA, CARLOS WALTER SOBRADO, SERGIO CARLOS NAHAS