Dados do Trabalho


TÍTULO

LINFOMA INTESTINAL EM PACIENTE PORTADOR DE DOENÇA DE CROHN EM USO DE ANTI-TNF: RELATO DE CASO E REVISAO DA LITERATURA

INTRODUÇÃO

Pacientes com Doença Inflamatória Intestinal (DII) apresentam tendência a maiores riscos de desenvolver malignidades hematológicas, sendo que aqueles com Doença de Crohn (DC) estão em maior risco de linfoma, especialmente linfoma não-Hodgkin.
Além disso, sabe-se também que o uso de algumas medicações biológicas podem também estar associadas ao desenvolvimento de neoplasias, como os linfomas.

RELATO DE CASO

Paciente W.A.O, sexo Masculino, 56 anos, morador de Maringá, Paraná. Admitido no hospital de Maringá pela emergência com quadro de sangramento intestinal importante e diagnóstico de DC em uso de imunobiológico Adalimumabe há 6 anos, com dose otimizada. Já havia feito tratamento prévio com Mesalazina, corticóide e Azatioprina. Na investigação encontrou-se uma área de necrose e cavitação englobando a área de íleo terminal e ceco. Após falha de estabilização clínica do sangramento, paciente foi submetido a laparotomia exploradora. Durante a cirurgia, não foi realizada ressecção intestinal, mas apenas biópsias devido um extenso acometimento infiltrativo do cólon, íleo terminal, reto e da bexiga, e cujo resultado foi Linfoma difuso de grandes células B. Realizou a quimioterapia, suspendendo todas as medicações para a DC, mantendo apenas o corticoide devido ao quadro de espondilite anquilosante. Realizada colonoscopia próximo do término do tratamento quimioterápico, que evidenciou apenas mucosa dos segmentos colônicos sem sinais de processo inflamatório, porém válvula ileo-cecal com deformidade, abertura ileal estreitada com áreas de fibrose e recobertas por fibrina. Ao final da quimioterapia, paciente apresentou quadro de oclusão intestinal, sendo realizada laparotomia de emergência com colectomia direita e ressecção do íleo terminal. O resultado da biópsia não mostrou qualquer sinal de malignidade, apenas discreta inflamação da lâmina própria. Paciente permaneceu em remissão até final de 2020, quando apresentou sinais de atividade da doença, sendo iniciado Vedolizumabe.

DISCUSSÃO

A atividade inflamatória, o uso de imunossupressores e de biológicos conferem um risco elevado nos pacientes com DC de evoluírem com Linfoma. Os sintomas do linfoma intestinal podem mimetizar o agravamento da DC.
Pacientes portadores de DC, que no decorrer evoluem com linfoma, devem ser prontamente tratados de forma oncológica e ter suas medicações imunossupressoras suspensas. Porém, após o fim do tratamento oncológico, se paciente sintomático e com a DC em atividade, deverá ser tratado de forma adequada tendo em mente que os medicamentos biológicos atualmente aprovados (antagonistas do TNFα) podem ser associado a um risco aumentado de linfoma, particularmente quando usado em combinação com tiopurinas, sendo que agentes Vedolizumabe e Ustekinumabe parecem ser opções mais seguras em comparação aos medicamentos antiTNF.

PALAVRAS CHAVE

LINFOMA INTESTINAL
DOENÇA DE CROHN
ANTI-TNF

Área

DOENÇAS INFLAMATÓRIAS DO INTESTINO

Instituições

ASSOCIAÇÃO BENEFICENTE BOM SAMARITANO - Paraná - Brasil

Autores

VALDOMIRO GARBUGIO FILHO, EDUARDO ENDO, LAYANE PIMENTA BALDON, BARBARA PEREIRA DE LARA, LAÍS LOIDI GARBUGIO, STEPHANI FONTINELLI LEONARDI, EMANUELE CAROLINE DA SILVA