Dados do Trabalho


TÍTULO

IMPACTO DA PANDEMIA COVID – 19 NO TRATAMENTO CIRURGICO EMERGENCIAL DE CANCER DE COLON PROXIMAL VERSUS DISTAL NO HOSPITAL UNIVERSITARIO SAO FRANCISCO DE ASSIS

OBJETIVO

Avaliar o impacto da pandemia do COVID-19 no tratamento cirúrgico emergencial dos doentes com neoplasia de cólon e reto atendidos no HUSF no período de fevereiro de 2020 a fevereiro de 2021.

MÉTODO

Estudo retrospectivo, descritivo, longitudinal realizado por análise dos dados disponíveis em prontuários e base eletrônica de dados, do serviço de Coloproctologia do HUSF. Foram analisados todos os pacientes com câncer localizado no cólon e reto nos anos de 2020 e primeiro bimestre de 2021.

RESULTADOS

No período de 2020/21 houveram 65 casos operados de CCR, sendo deles 27,69% (18) de cólon proximal e 72,3% (47) de cólon distal, com idade média de 68,5 anos para cólon proximal e 68,7 anos para distal.
No grupo de cólon proximal foram realizadas 6 cirurgias laparoscópicas (2 cirurgias diagnósticas, 3 colectomias direitas e 1 bypass) e 12 laparotomias (11 colectomias direitas e 1 cirurgia diagnóstica). No grupo de cólon distal, foram realizados 21 cirurgias de ressecção (44,68%), 23 colostomias derivativas (48,93%) e 3 cirurgias diagnósticas (6,38%), sendo que deste total, 14,89% (7) foram realizados por acesso minimamente invasivo.
As causas que indicaram a cirurgia de emergência foram obstrução intestinal ou perfuração, sendo a maioria dos casos obstrução. No cólon proximal houveram 78,58% casos de obstrução intestinal contra 93,61% do distal.
A anatomia patológica identificou no cólon proximal a predominância de Adenocarcinoma em 88,88% das peças, sendo 77,77% do tipo moderadamente diferenciado. Em contrapartida, no colon distal 92,85% dos casos eram Adenocarcinoma, sendo 80,48% moderamente diferenciado.
O estadio no cólon proximal apresentou-se mais avançado, correspondendo a estádio III em 27,77% e estádio IV em 71,42% dos casos. Já no colon distal, o estádio III foi evidenciado em 27,65% e estádio IV em 57,44% dos casos. Além disso, o cólon proximal apresentou 44,4% de metástases hepáticas e o colon distal, 23,4% de metástases hepáticas e 17,02% de metástases pulmonares.
A maioria das causas de óbitos nas cirurgias do cólon proximal realizadas tanto por especialista ou não, foram devido a fístula anastomótica (cirurgião geral: 2 fístulas anastomóticas e 1 lesão vascular; especialista: 1 fístula anastomótica e 1 IRA). No cólon distal, totalizou-se 5 óbitos, todos operados por cirurgião não especializado e que tiveram como causas: sangramento pélvico, lesão pancreática, fístula anastomótica e sepse por perfuração de cólon.

CONCLUSÕES

Conclui-se que, apesar da idade média similar entre os grupos, encontrou-se uma predominância de metástases hepáticas em cólon proximal e estadios mais avançados neste grupo (estadio III e IV) no momento do diagnóstico.
A maioria dos casos operados foram secundários a obstrução intestinal em ambos os grupos, sendo Adenocarcinoma moderadamente diferenciado o tipo histológico mais comum entre os casos. Houveram maiores complicações e óbitos em ambos os grupos quando operados por cirurgião não especialista, principalmente devido a fístula anastomótica.

PALAVRAS CHAVE

Câncer colorretal, urgência, pandemia, COVID-19

Área

CÂNCER COLORRETAL

Instituições

Hospital Universitário São Francisco de Assis na Providência de Deus - São Paulo - Brasil

Autores

DANILO TOSHIO KANNO, JULIANA MARIA BESTETTI, ROBERTA LAIS SANTOS MENDONÇA, RONALDO NONOSE, ENZO FABRICIO RIBEIRO NASCIMENTO, DANIEL CASTILHO SILVA, PAULA CRISTINA STEFFEN NOVELLI, CARLOS AUGUSTO REAL MARTINEZ