Dados do Trabalho


TÍTULO

COLITE FULMINANTE POR RETOCOLITE ULCERATIVA: RELATO DE CASO

INTRODUÇÃO

A retocolite ulcerativa (RCU) é uma doença crônica inflamatória intestinal difusa que inicialmente atinge o reto. Acomete a mucosa de forma contínua. O principal sintoma é diarreia. A colite fulminante foi definida pelo Colégio Americano de Gastroenterologia como: diarreia (>10 evacuações por dia) com sangramentos retais contínuos, sinais de toxicidade sistêmica, anemia e dor abdominal com distensão. O motivo do presente relato é a relevância do correto diagnóstico e manejo da RCU.

RELATO DE CASO

Paciente feminina, 42 anos, admitida em pronto-socorro (PS) de hospital de Curitiba em março de 2021, com dor abdominal difusa há 2 semanas associada a náusea, vômitos, diarreia fétida amarelo-esverdeada, disúria e urina concentrada. História de Síndrome de Down. Regular estado geral, hipocorada, FC120bpm e SatO288%AA. Abdome globoso, distendido, ruídos hidroaéreos diminuídos, dolorido à palpação difusa. Tomografia Computadorizada (TC) de abdome revelou pancolite. Labs: lactato 2,7, HB 9,1, leucócitos 25.100, bastões 31% com desvio à esquerda, plaquetas 43.4000, creatinina 2,99, ureia 87, Na 128 . Prescrito ceftriaxona e metronidazol. Admitida em UTI. Retossigmoidoscopia com colite a esclarecer. Evoluiu com sepse de foco abdominal. Alterados antibióticos para metronidazol, levofloxacino e vancomicina. Alta da UTI após 4 dias e alta hospitalar após 3 dias. Retornou ao PS após 3 dias com dor em abdome, náusea, vômito, diarreia e dispneia. Abdome globoso, flácido, doloroso à palpação superficial. Prescrito metronidazol e levofloxacino VO e corticoide. Após 2 dias trocado ATB para levofloxacino, metronidazol e vancomicina EV. Evoluiu com síndrome nefrótica. Após 5 dias prescrito nutrição parenteral total com gentamicina e metronidazol. Persistência da diarreia, náusea e vômito. Após 17 dias da admissão confirmado diagnostico de RCU por biópsia, solicitado de forma emergencial o infliximab. Após 20 dias, recebeu alta hospitalar. Retornou ao ambulatório com 1 mês, prescrito azatioprina, noripurum.

DISCUSSÃO

No Brasil as doenças inflamatórias intestinais ainda possuem baixa prevalência. Predominam na raça branca, entre 20 e 40 anos e parentes de 1º grau. A etiologia ainda é desconhecida e multifatorial. Causas infecciosas devem ser excluídas. As manifestações clínicas incluem diarreia, sangramento retal, muco nas fezes e dor abdominal. O diagnóstico é definido pela anamnese, história clínica, exames laboratoriais e de imagem e achados histopatológicos. O tratamento da RCU varia com a severidade, o local afetado e a utilização prévia de medicamentos. Baseia-se em salicilatos, corticóides e imunossupressores. Cerca de 15% desenvolvem a forma grave com hospitalização. Desses, cerca de 20 a 40% são refratários submetidos a colectomia total com bolsa ileal. Em novembro de 2006, o Ministério da Saúde aprovou o uso do infliximab nos casos graves refratários.

PALAVRAS CHAVE

Colite fulminante, Retocolite ulcerativa.

Área

DOENÇAS INFLAMATÓRIAS DO INTESTINO

Instituições

Hospital Universitário Evangélico Mackenzie (HUEM) - Paraná - Brasil

Autores

ANDRÉ LUIZ MUXFELDT KLAIS , RAFAELLA MONTEIRO BARBOSA , KARINA CARVALHO, HENRIQUE LUCKOW INVITTI , ODERY RAMOS JUNIOR, ANTONIO SERGIO BRENNER