Dados do Trabalho


TÍTULO

TRATAMENTO DA DISSINERGIA DO ASSOALHO PELVICO (ANISMUS) COM BIOFEEDBACK: EXISTEM FATORES CORRELACIONADOS COM O SUCESSO DO TRATAMENTO?

OBJETIVO

Biofeedback (BIO) é um método eficaz de tratamento de portadores de dissinergia do assoalho pélvico (anismus). No entanto, há controvérsias quanto aos fatores que podem interferir nos resultados. Com este estudo, pretende-se avaliar a eficácia do BIO no tratamento do anismus comparando a resposta em pacientes provenientes de um serviço público e privado, bem como identificar os fatores relacionados ao insucesso do tratamento.

MÉTODO

Todos os pacientes com anismus submetidos a terapia com BIO foram avaliados retrospectivamente com dados prospectivos, incluídos os que completaram o tratamento. Os sintomas foram avaliados utilizando o escore da Cleveland Clinic para constipação antes e 6 meses após o término da terapia de ambos os serviços. A resposta clínica ao tratamento com BIO foi avaliada de acordo com a porcentagem de resposta ao tratamento: satisfatória - redução no escore de ≥ 50%. Analisaram-se as variáveis quantidade de sessões do biofeedback, idade, pressão de repouso (PR) e pressão voluntária máxima (PMV) em manometria anorretal e cirurgias proctológicas prévias. Nas variáveis numéricas, os dados foram apresentados em média e desvio-padrão, e em mediana, percentis, mínimo e máximo. Nas variáveis categóricas os dados foram expostos em frequência e taxa de prevalência de modo a investigar associações entre fatores de risco e doença. Na análise das características dos participantes expressas em variáveis numéricas foi utilizado o teste t de Student, verificada a aderência dos dados à distribuição gaussiana. Na investigação de associação entre as variáveis categóricas utilizou-se o teste de qui-quadrado de Pearson. Adotou-se um nível de significância de 5%. As análises estatísticas foram realizadas utilizando o programa estatístico JAMOVI e Microsoft Excel 2016.

RESULTADOS

Pacientes do serviço privado apresentaram resposta satisfatória significativamente maior que os do público ( 78% v. 23%). O número de sessões de BIO foi similar nos dois grupos (4 sessões). Comparando pacientes com resposta satisfatória daqueles com resposta menor que 50%: não houve diferença na faixa etária (idade média 56 vs 56 anos); pressões médias de repouso(PR= 67 vs. 69 mmHg) e voluntária maxima (PVM= 151 vs 152 mmHg) mensurados na manometria anorretal; e nos submetidos a cirurgia nos dois grupos ( 14% vs. 11%).

CONCLUSÕES

A terapia com BIO pode ser um método eficaz no tratamento de pacientes com anismus. No entanto, a resposta ao tratamento apresentou melhora significativa no serviço privado, apesar do número de sessões similares. Não foram identificados fatores correlacionados a resposta insatisfatória ao tratamento, dentre os avaliados nesse estudo: idade, cirurgias prévias e pressões anais.

PALAVRAS CHAVE

ANISMUS, CONSTIPAÇÃO, BIOFEEDBACK, DISSINERGIA ASSOALHO PÉLVICO

Área

CONSTIPAÇÃO E DOENÇAS DO ASSOALHO PÉLVICO

Instituições

HOSPITAL UNIVERSITÁRIO WALTER CANTÍDIO - Ceará - Brasil

Autores

CAMILA BURGOS RIBEIRO DA PENHA, DAVID GUERREIRO FERREIRA, LARYSSA COELHO PINHEIRO, STHELA MARIA MURAD REGADAS, CAROLINA VANNUCCI VASCONCELOS DIOGENES, LARA BURLAMAQUI VERAS, ISABELE MARIA JORGE DE FREITAS, MATHEUS ZAIAN RODRIGUES DE FONSECA LIRA