Dados do Trabalho


TÍTILO

RETOSSIGMOIDECTOMIA VIDEOLAPAROSCOPICA COM ILEOSTOMIA FANTASMA EM ENDOMETRIOSE INTESTINAL - UM RELATO DE CASO

INTRODUÇÃO

A endometriose é a segunda doença genital feminina benigna mais comum, depois do mioma uterino. Os sintomas típicos da endometriose incluem dor pélvica crônica, subfertilidade, dismenorreia, dispareunia profunda, distensão abdominal, constipação, sangramento retal, diarreia e hematúria, sangramento menstrual anormal, fadiga crônica e dor lombar. As opções de tratamento incluem conduta expectante, analgesia, terapia medicamentosa hormonal, intervenção cirúrgica e a combinação de tratamento médico antes e / ou após a cirurgia. O tratamento deve ser tão radical quanto necessário e mínimo possível. A taxa de recorrência entre os pacientes tratados está entre 5% e 60% e é muito dependente do manejo integrado e das habilidades cirúrgicas.

RELATO DE CASO

Paciente, 33 anos, previamente hígida, submetida à cirurgia eletiva devido endometriose profunda, relatava queixa principalmente de sangramento umbilical e dor pélvica. Realizou exame proctológico, sendo visualizado nódulo à cerca de 8-10cm da borda anal, sugestivo de acometimento transmural de foco de endometriose, com Anátomo-patológico ratificando este achado. Submetida à cirurgia de retossigmoidectomia videolaparoscopica com colon - reto anastomose mecânica termino-terminal com ileostomia fantasma, além de exérese de focos de endometriose, oofoplastia direita, exérese de endometrioma umbilical e neoonfolaplastia. Em pós operatorio, retirado ileostomia fantasma em 6 º pós operatório (PO) e dreno no 7º PO, teve boa evolução com alta no 7º PO. Acompanhamento pós operatório em ambulatório e após 6 meses de seguimento segue sem queixas atuais.

DISCUSSÃO

A endometriose intestinal é responsável por 8-12% de toda a endometriose e o envolvimento retal é mais frequentemente encontrado no contexto de infiltração pélvica profunda. Este relato se torna importante devido à indicação e o tratamento cirúrgico com bons resultados no seguimento clinico. Embora a cirurgia colorretal para endometriose expõe as pacientes a um risco de complicações graves, como fístula retovaginal, fístula de anastomose, estenose anastomótica e disfunção miccional, é necessário recordar que pacientes com quadro de endometriose profunda muitas vezes necessitam de tratamento cirúrgico devido à uma qualidade de vida ruim, como o caso exemplificado, em que a paciente apresentava sangramento umbilical que deteriorava a qualidade de vida, além de quadro álgico importante. Somente a cirurgia radical de todos os locais intestinais, urológicos, pélvicos profundos e anexos da endometriose permitirá o alívio da dor, evitará a recorrência e, esperançosamente, preservará a fertilidade. Em vista da frequência de locais de envolvimento extra-intestinais e das dificuldades técnicas aumentadas por intervenções cirúrgicas anteriores, a laparotomia aberta muitas vezes é a abordagem preferida. Entretanto, como no caso em questão, uma abordagem laparascópica é reservada para pacientes bem selecionados.

PALAVRAS CHAVE

ENDOMETRIOSE PROFUNDA; RETOSSIGMOIDECTOMIA; CIRURGIA VIDEOLAPAROSCOPICA, ILEOSTOMIA FANTASMA

Área

ENDOMETRIOSE

Instituições

UNIFESP/EPM - São Paulo - Brasil

Autores

RAINA CATERINA COELHO ARRAIS, SARHAN SYDNEY SAAD, ELESIÁRIO MARQUES CAETANO JUNIOR, STELLA MARIA BOTEQUIO MELLA, MARIANA ARAÚJO SANTOS