Dados do Trabalho


TÍTULO

EPIDEMIOLOGIA DE INTERNAÇÕES POR ENDOMETRIOSE NO PERÍODO DE 10 ANOS (2010-2019)

OBJETIVO

A endometriose é uma doença ginecológica definida pela presença de tecido endometrial fora do útero. Ela está associada a diferentes sintomas que afetam negativamente a qualidade de vida de mulheres com útero e, consequentemente, o sistema de saúde. Diante disso, o presente estudo tem como objetivo avaliar as características epidemiológicas e a evolução das internações por Endometriose, entre 2010-2019 no Brasil.

MÉTODO

Estudo transversal, analítico e com abordagem quantitativa, com amostra de 138.641 mulheres internadas em decorrência da endometriose (CID-10 N80) no Brasil entre 2010 e 2019 por meio do Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS). As variáveis utilizadas foram: ano, região, faixa etária e cor/raça.

RESULTADOS

A amostra foi composta por 138.641 mulheres sujeitas a internação por endometriose (CID-10 N80) no Brasil entre os anos de 2010 e 2019. A faixa etária de 40-49 anos foi a mais acometida, com 42,38% dos casos (58.755). Em relação à cor/raça, há uma predominância de internações entre mulheres brancas, com 38,29% do total (53.081), seguidas pelas pardas, que apresentam 32,93% (45.662). A região sudeste foi responsável por 42,07% das ocorrências (58.323), o que condiz com sua vantagem populacional. Comparando os anos de 2010 e de 2019, houve uma redução de apenas 23,75% das internações (15.799-12.046). Nesse período, 189 mulheres foram à óbito por endometriose. As faixas etárias de 20-29 anos e 30-39 anos apresentaram, ambas 23,81% (45). Ademais, o maior número de óbitos ocorreu em mulheres pardas, compondo 37,04% deles (70). No que diz respeito à mortalidade, as mulheres pretas apresentaram a maior taxa (0,21), seguidas pelas pardas (0,15).

CONCLUSÕES

Os resultados sugerem a necessidade de maiores investimentos e redirecionamento de recursos do SUS para a promoção e prevenção de saúde de meninas adolescentes, de forma a diminuir o número de internações de mulheres mais velhas e óbitos, em face ao diagnóstico precoce. Ainda, indica-se a estruturação de programas sociais voltados para o atendimento a mulheres pretas e pardas, dado que estas apresentam maior taxa de mortalidade, apesar de possuírem menor número de internações. Esse cenário explicita desigualdade no atendimento a partir do recorte de cor, sugerindo que mulheres pretas e pardas têm menor acesso ao cuidado no que tange à endometriose, além de receber cuidados em saúde de menor qualidade.

PALAVRAS CHAVE

Endometriose; Epidemiologia

Área

ENDOMETRIOSE

Instituições

UNIVERSIDADE DE FORTALEZA - Ceará - Brasil

Autores

RAQUEL FROTA RODRIGUES, LUANNA SABINO DE SOUSA, MELISSA MACEDO PEIXOTO NASCIMENTO