Dados do Trabalho
TÍTULO
EPIDEMIOLOGIA DE INTERNAÇÕES POR DOENÇA DIVERTICULAR NO PERÍODO DE 10 ANOS (2010-2019)
OBJETIVO
A doença diverticular do intestino, apesar de benigna e geralmente assintomática, é um afecção que pode gerar complicações, os quais geram cargas ao sistema de saúde e aumentam a morbimortalidade da população, sobretudo acima de 60 anos. Assim, o presente estudo tem como objetivo avaliar as características epidemiológicas e a evolução das internações por Doença Diverticular do intestino, entre 2010-2019 no Brasil.
MÉTODO
Estudo transversal, analítico e com abordagem quantitativa, com amostra de 78.420 indivíduos internados em decorrência da doença diverticular do intestino (CID-10 K57) no Brasil entre 2010 e 2019 por meio do Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS). As variáveis utilizadas foram: sexo, ano, região e faixa etária.
RESULTADOS
A amostra foi composta por 78.420 indivíduos que foram internados em decorrência da doença diverticular do intestino (CID-10 K57) entre os anos de 2010-2019. Nesse período, o número de internações foi crescente. Ainda, a faixa etária mais acometida foi a de 60-69 anos, com 23,55% das internações (18.469). Entre homens e mulheres, os resultados foram semelhantes, com o sexo feminino apresentando 52,55% das internações (41.211), enquanto o masculino, 47,45% (37.209). A região sudeste foi responsável por 59,84% das ocorrências (46.924), o que condiz com sua vantagem populacional, seguida da região sul, com 21,56% (16.910). No período analisado, 5.292 indivíduos foram a óbito por doença diverticular do intestino (Taxa de mortalidade = 6,75), com o maior número de mortes na faixa etária de indivíduos entre 70-79 anos, representando 29,19% (1.545). Ademais, as mulheres seguem a tendência das internações, apresentando 52,8% das mortes (2.796), enquanto os homens representam 47,2% (2.496). Em relação à mortalidade, a região nordeste apresenta a maior taxa (8,74), seguida da região norte (8,01), o que se justifica pela baixa qualidade ou dificuldade de acesso aos serviços de saúde.
CONCLUSÕES
Os resultados sugerem necessidade de redirecionamento de recursos para o serviço de saúde das regiões norte e nordeste, visando trabalhar no diagnóstico precoce de casos e prevenir a mortalidade. Ainda, indica-se maiores investimentos na triagem e acompanhamento dessa enfermidade na população acima de 60 anos, faixa em que ocorreram os maiores número de internações. Por fim, a relação da doença diverticular do intestino com a dieta requer maior atenção por parte dos serviços de saúde para o aconselhamento nutricional, sobretudo nos estados sul e sudeste, uma vez que esses estados possuem dietas ricas em carnes vermelhas e poucas fibras, as quais levam a produção de fezes volumosas e com baixo teor de água, contribuindo para o aumento da pressão intracolônica e a consequente formação de divertículos.
PALAVRAS CHAVE
Doença Diverticular do Colo; Epidemiologia
Área
DOENÇA DIVERTICULAR DOS CÓLONS
Instituições
UNIVERSIDADE DE FORTALEZA - Ceará - Brasil
Autores
MELISSA MACEDO PEIXOTO NASCIMENTO, RAQUEL FROTA RODRIGUES, LUANNA SABINO DE SOUSA