Dados do Trabalho


TÍTULO

EPIDEMIOLOGIA DE INTERNAÇÕES POR DOENÇA HEMORROIDÁRIA NO PERÍODO DE 10 ANOS (2010-2019)

OBJETIVO

A doença hemorroidária (DH) é uma das mais frequentes patologias anorretais benignas e se caracteriza por hemorróidas (veias dilatadas) internas ou externas que manifestam diferentes sintomas, os quais podem complicar e gerar internações, sobrecarregando o sistema de saúde. Diante disso, o presente estudo tem como objetivo avaliar as características epidemiológicas e a evolução das internações por Doença Hemorroidária, entre 2010-2019 no Brasil.

MÉTODO

Estudo transversal, analítico e com abordagem quantitativa, com amostra de 287.742 indivíduos internados em decorrência de hemorróidas (CID-10 I84) no Brasil entre 2010 e 2019 por meio do Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS). As variáveis utilizadas foram: sexo, ano, região e faixa etária.

RESULTADOS

A amostra foi composta por 278.742 indivíduos que foram internados devido a hemorróidas (CID-10 I84) no Brasil entre os anos de 2010 e 2019. Nesse período, houve redução de 23,30% nas internações entre 2010 e 2016 (32.124-26.053), exceto entre 2013 e 2014, com consequente aumento de 12,30% nos anos seguintes (27.647-29.260). A faixa etária mais acometida foi a de 40-49 anos, representando 27,14% do total de internações (78.120), seguidos pelos indivíduos entre 30-39 anos (22,33%) e 50-59 anos (22,28%). As mulheres apresentaram prevalência em relação aos homens, com 57,17% (164.528) das internações. Ademais, a região sudeste teve o maior número de internações, com 45,68% (131.462), seguida pelo nordeste, com 25,56% (73.574). No período analisado, 89 indivíduos foram a óbito por doença hemorroidária (taxa de mortalidade = 0,03). O maior número de mortes ocorreu na faixa etária de indivíduos entre 60-69 anos, representando 28,09% (25), enquanto na faixa etária entre 80-89 anos houve a maior taxa de mortalidade (0,74). Ao contrário das internações, os homens obtiveram 58,43% das mortes (52). Em relação às regiões, o Centro-Oeste tem a maior taxa de mortalidade (0,05), seguido pelo Sudeste (0,04).

CONCLUSÕES

Os resultados sugerem a necessidade de maiores investimentos e redirecionamento de recursos para prevenção e promoção de saúde, visto que há grande número de casos de doença hemorroidária. Com isso, deve-se haver uma maior discussão sobre o assunto com profissionais especializados - uma vez que muitos indivíduos têm preconceito acerca dessa doença -, com o intuito de realizar um diagnóstico precoce e evitar o grande número de internações e consequentes gastos do sistema de saúde.

PALAVRAS CHAVE

Hemorroidas; Epidemiologia

Área

DOENÇAS ORIFICIAIS

Instituições

UNIVERSIDADE DE FORTALEZA - Ceará - Brasil

Autores

LUANNA SABINO DE SOUSA, MELISSA MACEDO PEIXOTO NASCIMENTO, RAQUEL FROTA RODRIGUES