Dados do Trabalho


TÍTULO

OBSTRUÇAO INTESTINAL COMO COMPLICAÇAO DE TUBERCULOSE INTESTINAL

INTRODUÇÃO

Com o aumento do número de pacientes portadores do vírus da imunodeficiência humana (HIV), houve um aumento da incidência da tuberculose pulmonar, associado ao aumento da incidência de manifestações extrapulmonares.

RELATO DE CASO

GAP, 45 anos, sexo masculino, transgênero, morador de áreas livres, encaminhado de outro serviço com quadro de síndrome consumptiva, perda ponderal significativa em 2 meses, associado à febre, sudorese vespertinas e diarreia sub-aguda com dor abdominal leve. Portador do vírus da imunodeficiência humana, sem aderência ao tratamento antirretroviral há 1,5 ano. Diagnóstico de tuberculose pulmonar em outubro de 2012, iniciado terapêutica para tuberculose, também sem aderência. Tabagista e etilista atual. Ex-usuária de múltiplas drogas há 2 anos. Equipe chamada para avaliar paciente que referia média de 5 episódios de diarréia
e vômitos noturnos associado a tosse com caráter produtivo e presença de secreção hialina. Ao exame físico, abdômen globoso, distendido, algo tenso, com ruídos hidroaéreos diminuídos, percussão hiper timpânica com exceção em hipocôndrio direito
que apresentava-se maciço. Semicírculo de Skoda, maciez móvel e piparote negativos. Descompressão brusca negativa. Indicado cirurgia de urgência. Visualizado obstrução de válvula íleo-cecal, com intestino delgado distendido. Realizado enterectomia com
ileotiflectomia e ileostomia de proteção. Anatomopatológico evidenciou aspecto histopatológico compativel com proposição clinica de tuberculose intestinal e mesentérica. E pesquisa histoquímica para BAAR resultou positiva na amostra.

DISCUSSÃO

A tuberculose intestinal é uma doença cada vez mais comum e que apresenta-se como um desafio diagnóstico, e geralmente é uma complicação da doença pulmonar. O envolvimento abdominal ocorre por meio da deglutição de escarro contendo o bacilo,
disseminação hematogênica por disseminação contígua do bacilo em órgãos adjacentes ou por meio do sistema linfático. Quanto ao anatomopatológico, há quatro tipos de lesões: hipertrófica, ulcerativa, hipertrófica-ulcerativa e esclerótica. A forma hipertrófica é a causa mais comum de obstrução intestinal, e comumente afeta mais a região ileocecal, correspondido a cerca de 75% dos casos. Isso deve-se a presença de estase fisiológica do íleo e da região ileocecal e a alta concentração de tecido linfóide. A obstrução intestinal é a complicação mais comum e pode ser decorrente de estenose ou aderências. O diagnóstico pré-operatório é muito difícil e raro. A tomografia computadorizada de abdome pode mostrar desde leve espessamento da parede do ceco e íleo terminal até o aparecimento de massa de linfonodos englobando a região ileocecal. O início da terapia anti tuberculínica e o tratamento cirúrgico são essenciais para prevenir a morbimortalidade.

PALAVRAS CHAVE

Obstrução intestinal e tuberculose intestinal.

Área

MISCELÂNEA

Instituições

HOSPITAL HELIOPOLIS - São Paulo - Brasil

Autores

SORAIA QUARANTA DAMIÃO, MARIA MARINA LEONARDO ALVES COSTA, LETÍCIA ALMEIDA PONTES, CAROLINA BRANDI ANZANELLO, DANIEL DE CASTILHO DA SILVA