Dados do Trabalho


TÍTULO

Hemangioma Esplênico Misto

INTRODUÇÃO

O Hemangioma esplênico apesar de ser uma neoplasia benigna rara, é a neoplasia mais comum do baço, com incidência variando entre 0,03 % e 14 % na população em geral, sendo que, hoje, existem cerca de 100 casos descritos na literatura. Normalmente são assintomáticos, menores que 4 cm e suas manifestações iniciam freqüentemente na infância e adolescência, por ser uma afecção congênita. Porém, podem crescer e causar esplenomegalia, dor abdominal, dispnéia, alteração do hábito intestinal ( diarréia ou obstipação) e anemia ou trombocitopenia. Em casos mais graves, pode ocorrer rotura espontânea com sinais de choque hipovolêmico e de irritação peritoneal.

RELATO DE CASO

R.S.L, masculino, 35 anos, portador de paquidermoperiostose, em uso de medicações crônicas para controle reumatológico. Adimitido com quadro de dor abdominal em flanco esquerdo, com dois meses de evolução, associado a esplenomegalia e constipação intestinal.
​ Tomografia abdominal mostrou tumoração esplênica com vascularização em polo inferior. Exames laboratoriais sem alterações hematimétricas. Submetido a esplenectomia videolaparoscópica.
​ Ato operatório sem intercorrências. Paciente apresentou boa evolução pós operatória, tendo recebido alta hospitalar no 3 DPO.
​ Anatomopatológico evidenciou lesão vascular compatível com hemangioma esplênico de padrão misto (capilar e cavernoso), medindo 11,5 cm no maior eixo.

DISCUSSÃO

​ O hemangioma esplênico pode ser agrupados em dois principais categorias morfológicas, capilares e cavernosos , e apesar de raro, o último é o mais comum. Apesar de poucos casos relatados é mais encontrado no sexo masculino.
​ É considerado na literatura um acidentaloma, sendo descoberto muitas vezes, por exame anatomopatológico em esplenectomias. Normalmente, exames complementares diagnósticos conferem pouco valor na distinção entre metástase e hemangioma, por isso, o diagnóstico definitivo só é feito intra ou pós operatório.
​ O tratamento pode ser conservador ou cirúrgico, sendo que o último é reservado a casos em que o tumor é maior que 4 cm, devido ao risco de complicações e ruptura esplênica ou para casos sintomáticos. É preferível, quando possível, a esplenectomia parcial videolaparoscópica, devido a asplenia causada pela esplenectomia total videolaparoscópica, considerando a manutenção da função esplênica.

Área

MISCELÂNEA

Instituições

Instituto BIOCOR - Minas Gerais - Brasil

Autores

Ana Rosaria Medeiros Peres, Paula Braga Nunes, Igor Rocha Del Bizzone, Eduardo Reis Maia, Rómulo Andrade Souki, Angerson Caetano Cecatto, Fernanda Ramos Brandão, Lucas Braga Cecatto