Dados do Trabalho
TÍTULO
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DAS PATOLOGIAS PANCREÁTICAS NO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO LAURO WANDERLEY- JOÃO PESSOA PB
OBJETIVO
Este trabalho visa mostrar o perfil epidemiológico das cirurgias de pâncreas realizadas no HULW nos últimos 10 anos,permitindo a identificação do perfil das patologias pancreáticas tratadas neste serviço, assim como a adequação do tratamento que lhes é oferecido.Esperamos, assim, melhorar a percepção do cirurgião do aparelho digestivo em relação à indicação cirúrgica nas patologias pancreáticas, trazendo um panorama das patologias mais prevalentes e seus aspectos anatomopatológicos pós ressecção.
MÉTODO
Feita coleta de dados através das requisições e laudos de anatomopatológico de 2008 a 2018.
RESULTADOS
O total de peças analisadas foi de 64. Sexo feminino em 37, e masculino em 27 casos. A média de idade foi 54,7 anos. Gastroduodenopancreatectomia foi realizada em 42 casos, pancreatectomia distal em 11 casos, sendo, os demais, peças de biópsia incisional do pâncreas. Evidenciamos 37,5% adenocarcinoma de pâncreas, 28,1% adenocarcinoma de papila duodenal, 21,8% lesões inflamatórias benignas, 10,9% tumores sólidos pseudopapilares, 3,1% neoplasias neuroendócrinas, 3,1% neoplasia mucinosa papilífera intraductal, além de um paraganglioma gangliocístico, um cistoadenoma mucinoso e uma neoplasia cística serosa. Entre os adenocarcinomas de pâncreas, o carcinoma ductal representou 75% dos casos. A média de tamanho das lesões malignas foi 4,1 cm. Encontramos margens comprometidas em 10,9%, sendo 71,4% devido a adenocarcinoma de pâncreas. Comprometimento linfonodal esteve presente em 28,1% dos casos, sendo 33,3% adenocarcinoma de pâncreas. A extensão para tecido adiposo foi identificada em 28,3% dos casos, 62,5% devido a adenocarcinoma de pâncreas. Em 31,2% das peças foi identificada extensão para duodeno, o adenocarcinoma de papila foi responsável por 50% dos casos.O câncer de pâncreas é o responsável por cerca de 250 mil mortes por ano e 2,8% das causas de morte por câncer no mundo. Segundo o DATASUS, no estado da Paraíba, entre os anos de 2010 e 2016 foram registrados 853 óbitos por neoplasia maligna de pâncreas, sendo 50,9% em mulheres e 78,5% em pacientes acima de 60 anos. Esses dados foram corroborados no nosso estudo. Apesar de a literatura descrever uma maior prevalência do câncer de pâncreas em pacientes do sexo masculino, encontramos, tanto na base de dados do DATASUS, quanto no nosso estudo, uma prevalência aumentada no sexo feminino. O adenocarcinoma ductal pancreático éregistrado na literatura como responsável por 90% das neoplasias pancreáticas, tendo sido encontrado em menor proporção neste estudo. Atribuímos isso ao fato de que o serviço estudado não é a referência para tratamentos oncológicos.
CONCLUSÕES
Este trabalho contribui para uma melhor percepção do cirurgião do aparelho digestivo em relação à indicação cirúrgica nas patologias pancreáticas, trazendo um panorama das patologias mais prevalentes e seus aspectos anatomopatológicos pós ressecção.
Área
VIAS BILIARES E PÂNCREAS
Instituições
FAMENE - Paraíba - Brasil
Autores
Olga Maria Santana Lacerda Mariz, flora de Souza Brandão Reis, Marcelo Gonçalves Sousa, Isabela Maria Candida Ferreira Dornelas, Rhaissa Maria Assunção Andrade de Souza , Joao Pedro Santana de Lacerda Mariz , Flávio José Teixeira Rocha Ataide da Motta, Gabriela Albuquerque Batista de Araújo