Dados do Trabalho
TÍTULO
RELATO DE CASO: SINDROME DE MIRIZZI
INTRODUÇÃO
A síndrome de Mirizzi constitui-se na obstrução do ducto hepático comum ou do colédoco, secundária à compressão extrínseca devido à impactação de cálculos no ducto cístico ou no infundíbulo da vesícula. Tal síndrome foi descrita pela primeira vez por Pablo Mirizzi (1948). Foi no momento em que observou-se alguns fatores que poderiam levar a colestase extrahepática em alguns pacientes com colelitiase. Além disso, a Síndrome de Mirizzi tem maior Incidência em pacientes do sexo feminino e com de maior idade. De acordo com o grau de acometimento da via biliar podem ser divididas em cinco grupos diferentes. Destarte, o objetivo deste relato de caso é apresentar o caso de uma paciente portadora do tipo I, tratada cirurgicamente através da abordagem da técnica de Torek.
RELATO DE CASO
Mulher, 33 anos, foi admitida no Hospital Regional de Ceilândia com quadro álgico importante em hipocôndrio direito e ictérica há 4 dias. Além disso, a paciente referiu dor de forte intensidade em epigástrio com irradiação para hipocôndrio direito, náuseas e vômitos. O exame físico apresentou icterícia (++/+4) e dor a palpação do hipocôndrio direito, Murphy positivo. Os exames laboratoriais revelaram Fosfatase alcalina 1.110 U/ml, gama-glutamiltransferase 754 U/ml, Transaminase glutâmico oxalacética 511 U/l, Transaminase glutâmica pirúvica 524 U/l, Bilirrubina total de 6,51 ml/dl, Bilirrubina direta 4,3 ml/dl, Bilirrubina indireta 2,21 ml/dl e ultrassonografia abdome superior demonstrava cálculo/conglomerado de cálculos medindo 1,3 cm na topografia do infundíbulo/ ducto cístico, determinando compressão extrínseca do segmento adjacente do colédoco. Determinando dilatação à montante (colédoco a montante com calibre de 1cm), bem como das vias biliares intra-hepática. Os achados de Imagem sugerem Síndrome de Mirizzi tipo 1. Foi optado a realização colecistectomia a Torek e realizado ligadura por sutura do infundíbulo com dois pontos. Após a cirurgia a paciente ficou em observação e logo em seguida recebeu alta.
DISCUSSÃO
A síndrome se trata de uma complicação rara e ocorre aproximadamente em 0,05 a 4% dos pacientes portadores de colelitíase. Sua prevalência é maior em mulheres com idade entre 21 e 90 anos, provavelmente um reflexo da predominância de litíase biliar neste grupo. Ela pode ser considerada uma complicação de colecistolitíase de longa data. A importância da averiguação da síndrome de Mirizzi advém do alto risco de danos do ducto biliar durante os procedimentos cirúrgicos. Intagra-se a esse fato a dificuldade do diagnóstico pré-operatório, pois não há apresentação clínica e laboratorial particular. Os sinais e sintomas mais frequentes são dor abdominal, subsequente de icterícia e colangite. Podem se associar também náuseas, vômitos, colúria, prurido, hepatomegalia e, menos frequentemente pancreatite aguda, perfuração da vesícula biliar e perda ponderal.
Área
VIAS BILIARES E PÂNCREAS
Instituições
Universidade Católica de Brasília - Distrito Federal - Brasil
Autores
Mozart Borges de Paula, Lucas Santos de Gusmão Alves, Yara Aguiar Serafim, Lara Fernandes Kuerten, Pedro Márcio de Moura Costa, Camille de Souza Carvalho