Dados do Trabalho


TÍTULO

PERCEPÇAO DO PUBLICO MEDICO SOBRE O PROTAGONISMO DA MULHER NA CIRURGIA

OBJETIVO

A participação da mulher na formação médica no Brasil pode ser considerada recente, com início em 1883. O crescimento de mulheres na área de medicina cirurgia não foi considerável, dado que em 2008, de 6170 membros cadastrados, somente 657 são do sexo feminino. A razão do pequeno percentual de mulheres na área cirúrgica pode ser considerada complexa, levando em consideração aspectos culturais, preferência pela área, preconceito familiar e profissional e complexidade de problemas médico-legais, entre outros.

MÉTODO

Trata-se de um estudo transversal com temas abordando desigualdade, preconceito e diferenças de oportunidades entre os gêneros na área de medicina cirúrgica. Foi aplicado por meio de formulário no Google Forms em acadêmicos de medicina e em médicos formados em clínica e/ou em cirurgia, durante o período de outubro de 2018 a fevereiro de 2019

RESULTADOS

A pesquisa teve 109 respostas. As perguntas variam entre a percepção da mulher na medicina cirurgia, a existência ou não de um preconceito ou trata-se de um aspecto cultual e se existe uma diferença de oportunidade entre os gêneros feminino e masculino.
No contexto de composição da medicina cirurgia, 88%(96 participantes) das respostas concordavam ser predominantemente formado por homens, tendo 8,3% (9) que discordaram. Esse dado corrobora para o questionamento dos participantes que precisaram de cirurgia tendo 65 participantes já precisaram em algum momento. Dessas cirurgias, somente 6 foram feitas por mulheres.
A baixa adesão de mulheres na medicina cirurgia possui vários fatores como a existência de preconceito, em que 87,2%(95) concordaram com a presença deste, enquanto 7,3%(8) discordaram e 5,5% (6) não concordaram e nem discordaram. Além disso, esse preconceito pode influenciar uma desigualdade de oportunidade, em que 76,1% (83) concordaram que isso pode existir, enquanto 10,1% (11) discordaram e 13,8% (15) não concordaram.
Está acontecendo, entretanto, uma mudança gradativa do aumento quantitativo de mulheres na medicina cirúrgica. Os principais fatores citados na pesquisa para tal mudança: a busca pela igualdade de gênero, conscientização dos profissionais de saúde e igualdade de oportunidade, tanto na universidade quanto nos hospitais.
Com um foco maior em mulheres que possuem objetivo de fazer residência em cirurgia e em mulheres que são cirurgiãs, obteve-se que das 44 mulheres participantes, 65,9% (29) sentiram obstáculos profissionais a mais em comparação a colegas homens com a mesma escolha de área de atuação. E isso reflete diretamente no aprendizado, dado que 50%(22) das mulheres se sentiram prejudicadas por beneficiamento injusto aos colegas de gênero masculino. E ainda mais agravante, 36,7% (16) já pensaram em algum momento desistir ou desistiram de fazer especialização em cirurgia por preconceito de amigos e familiares.

CONCLUSÕES

A participação da mulher na medicina cirurgia ainda é pequena, sendo colocada de forma secundária a atuação do homem, cenário que está em constante mudança atualmente.

Área

EXPERIMENTAL / PESQUISA BÁSICA

Instituições

Universidade de Fortaleza - Ceará - Brasil

Autores

Lara Poti Nobre, Ana Clara Feitosa Bezerra, Matheus de Souza Mendes, Veyda Lourdes Ferreira Martins, Israel Lopes de Medeiros