Dados do Trabalho


TÍTULO

MANEJO DA CARCINOMATOSE PERITONEAL COMO CONSEQUÊNCIA DO CÂNCER COLORRETAL

INTRODUÇÃO

O câncer colorretal ( Ca colorretal) caracteriza uma das neoplasias malignas de maior incidência e mortalidade, sendo o 3° câncer mais comum no mundo. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), no Brasil, constatou-se 36.360 casos no ano de 2018, sendo 17.380 em homens e 18.980 em mulheres.
A carcinomatose peritoneal (CP) ocorre em aproximadamente 30% dos pacientes com câncer colorretal. É a segunda principal causa de mortalidade por essa neoplasia.

RELATO DE CASO

LSS, feminino, 76 anos. Paciente relatava dor abdominal há 3 anos, com presença de sangue oculto nas fezes, apresentava também diarreia e caquexia. No começo do ano passado, apresentou quadro de dor abdominal forte com febre, diarreia e vômitos, levando-a a emergência. Onde, evidenciou presença de divertículos na tomografia, foi medicada e recebeu alta. Porém, as dores não melhoraram, buscando consulta proctológica em fevereiro, neste mês e no mês seguinte realizou duas colonoscopias com resultados inconclusivos. Devido ao quadro foi solicitado uma terceira colonoscopia, que apresentou divertículos e lesão estenosante no cólon sigmoide. Em dezembro retornou à consulta proctológica, queixando-se da perda de ponderal de 20kg desde 2015 e contínua dor abdominal. Foi pedido um exame CEA (antígeno carcinoembrionário) com resultado negativo e uma colonoscopia virtual, com laudo de espessamento parietal grosseiro e estenose medindo cerca de 3,5cm de extensão. Na visão endoluminal havia obliteração do mesmo o que prejudicou a avaliação. Em janeiro de 2019 retornou com os exames, e queixando-se da perda de 2kg em 10 dias. Dessa forma, foi realizada colectomia em cólon esquerdo, onde foi visualizado lesão estenosante em sigmoide de aspecto endurecido e carcinomatose em flexura peritoneal pélvica.

DISCUSSÃO

O modelo mais aceito para o desenvolvimento da CP pelo CA colorretal é o conceito de “ruptura tumoral”, onde a infiltração do tumor primário na serosa causa um desprendimento das células neoplásicas, adesão às células intraperitoneais, invasão do espaço subperitoneal com seguinte proliferação e neoangiogênese.
A base do tratamento convencional para CP é a quimioterapia sistêmica, porém os agentes citotóxicos apresentam baixa penetração na cavidade peritoneal. Contudo, a cirurgia citorredutora com quimioterapia intraperitoneal hipertérmica é uma nova abordagem já considerada parte do arsenal terapêutico. Possui como pontos primordiais: a ressecção completa das lesões visíveis, com exposição de todos os focos de neoplasias, para possibilitar o acesso direto das drogas por via intraperitoneal, sob hipertermia. Um estudo proposto pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica em 2017, relatou que essa nova terapia parece fornecer benefício sobre os tratamentos mais convencionais. Dessa forma, evidencia-se a importância do desenvolvimento de novas abordagens terapêuticas para melhores prognósticos.

Área

COLOPROCTOLOGIA

Instituições

Uniceplac - Distrito Federal - Brasil

Autores

Mariana Santos Pinto, Camila Valadares Santana Recch, Mariany de Ovileira Gomes, Uanda Beatriz Pereira Salgado, Michaela Longoni Manfroi, Natália Francis Gonçalves Farinha, Maria Gabriela Teixeira Valentini, Desiree Duarte Serra