TÍTULO

ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO DOS PROCEDIMENTOS CIRÚRGICOS NO ESTADO DE RONDÔNIA, DE JANEIRO DE 2008 A OUTUBRO DE 2018

OBJETIVO

Analisar o perfil dos procedimentos cirúrgicos realizados no Sistema Único de Saúde (SUS) no estado de Rondônia, comparando-o com a federação e suas regiões.

MÉTODO

Trata-se de um estudo epidemiológico com abordagem quantitativa, que utilizou informações do DataSUS referentes ao estado de Rondônia e federação de janeiro de 2008 a outubro de 2018.

RESULTADOS

Os procedimentos cirúrgicos do SUS no estado de Rondônia apresentaram um crescimento de 87% no período analisado, totalizando 299.575 intervenções. Enquanto a região Norte obteve um total de 3.497.028 e o Brasil 46.150.648 procedimentos. No geral, o número de procedimentos segue uma proporcionalidade quanto à população de cada estado. Com o valor total das internações de R$299.685.102,52, o custo médio de internação ficou em torno de R$853,49, o menor do país. A região Norte obteve um valor médio de R$941,53 e a média nacional foi de R$1.422,36. As grandes discrepâncias regionais observadas são causadas por fatores como a complexidade do serviço prestado, o custo de vida e o poder aquisitivo de cada localidade. Os custos com as internações para as intervenções cirúrgicas aumentaram 119,4% nos últimos anos, e a permanência média é superior às médias nacional e regional, totalizando 4,3 dias. A média nortista é de 4,2 dias e a nacional está estabelecida em 3,8 dias. Em relação aos óbitos, o saldo total do período foi de 2.937, com uma taxa de mortalidade de 0,98%. A região Norte contabilizou 33.184 mortes em procedimentos cirúrgicos, com uma taxa de mortalidade de 1,11%, enquanto os óbitos totais nacionais foram 751.340, com 1,63% de taxa de mortalidade. Apesar de o estado de Rondônia possuir a menor taxa de mortalidade do país, este dado é, em partes, um reflexo das limitações do serviço, tendo em vista a falta de registros e a transferência de pacientes críticos para outras localidades com melhor infraestrutura. Tais práticas são observadas em toda a região Norte, o que influencia nos números referentes à taxa de mortalidade regional.

CONCLUSÕES

A avaliação epidemiológica dos procedimentos cirúrgicos realizados no estado de Rondônia permite concluir que ainda são necessários grandes investimentos nessa área. Faz-se necessário o aumento no número de procedimentos, a fim de que um maior contingente populacional seja atendido. O baixo valor médio das intervenções cirúrgicas demonstra a reduzida densidade tecnológica empregada, o que sinaliza a necessidade do maior investimento em equipamentos de ponta. A permanência média inferior à média nacional sinaliza dois cenários, que são a menor chance de complicação desses pacientes e o reduzido número de procedimentos de alta complexidade efetuados. Maiores investimentos nos hospitais e centros cirúrgicos possibilitarão a realização de procedimentos de risco, bem como a redução da permanência total e média, dos óbitos totais e da taxa de mortalidade.