Dados do Trabalho


TÍTULO

RELATO DE CASO COM ENFASE EM DIAGNOSTICO EM PANCREATITE POS TRAUMA

INTRODUÇÃO

A lesão do pâncreas ocorre em 1 a 5% dos casos de traumatismo abdominal fechado, é um evento raro, porém devido ao aumento dos acidentes automobilísticos e da criminalidade, tem crescido. De acordo com o tipo e a importância das lesões pancreáticas, a evolução pode variar na pancreatite. A particularidade da pancreatite pós-traumática reside na dificuldade do diagnóstico precoce.

RELATO DE CASO

TWDO, 19 anos, masculino, chega ao Hospital Regional do Distrito Federal queixando de dor de forte intensidade em epigastro há 4 dias, após agressão física, associado à vômitos. Laboratorialmente foi evidenciado: hiperamilasemia e leucocitose. Na tomografia computadorizada de abdome (TC) foi considerado a possibilidade de Pancreatite Aguda Necrotizante. Sendo assim, paciente permaneceu na unidade de saúde por 24 dias, em uso de Imipenem por 14 dias. Recebeu alta com hiperamilasemia, porém com melhora relacionado aos achados tomográficos, estável, com boa aceitação da dieta oral e abdome indolor. Retornou um mês depois com distensão abdominal por 07 dias, associado a dor lombar e vômitos, sendo iniciado medidas clinicas para pancreatite e realizada nova TC de abdome com contraste que evidenciou volumosa ascite, dilatação e discreto espessamento da parede de alças de delgado. Foi internado na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) devido quadro geral grave onde permaneceu por 7 dias. Recebeu alta da UTI após melhora, com permanência da hiperamilasemia e nutrição parenteral total. Retornou a enfermaria em uso de Meropenem por 14 dias, permaneceu em observação clinica por 45 dias, devido a evolução a pancreatite necro-hemorrágica. Recebeu alta com retorno ambulatorial programado para acompanhamento.

DISCUSSÃO

A pancreatite aguda é caracterizada por dor abdominal e elevação dos níveis de amilase e lipase, mas têm falta de sensibilidade e especificidade, no contexto traumático. Contudo, a persistência ou reaparecimento de alterações é sugestivo da sua origem pancreática. A TC é o exame utilizado para o diagnóstico e seguimento. Nas primeiras 24h após o trauma pode não detectar anomalias devido à ausência de alterações inflamatórias e a ressonância magnética está sendo cada vez mais utilizada na avaliação do pâncreas. No contexto traumático, tem sensibilidade para detectar lesões do parênquima e avaliar a integridade do canal de Wirsung. Sempre que há suspeita de lesão do canal pancreático, deve ser realizada uma CPRE. Existem relatos de bons resultados a longo prazo com uma abordagem conservadora, em pacientes estáveis e consiste em suporte nutricional adequado, analgesia e antibióticos de amplo espectro. O prognóstico desses pacientes é avaliado por escores, e um muito utilizado na pratica clinica é o RANSON. Para a abordagem cirúrgica necessita de critérios de indicação. A pancreatite traumática mesmo sendo um evento raro, é de extrema gravidade e pode ter diversas complicações, podendo chegar à morte. Dessa forma o diagnóstico precoce é essencial para um melhor prognóstico.

Área

VIAS BILIARES E PÂNCREAS

Instituições

UNICEPLAC - Distrito Federal - Brasil

Autores

ANGÉLICA SOUZA DUARTE, CAROLLINE DAMAS DE ANDRADE OLIVEIRA, GABRIELLA FERNANDES TRINDADE, SILAS FERNANDES CUNHA JUNIOR, ELLEN CRISTINE PACHECO RAMOS, JOAO PAULO SANTOS TENÓRIO, VITOR VINICIUS QUEIROZ DE SOUSA, KAROLLINE EVANGELISTA SOUZA