Dados do Trabalho
TÍTULO
TERAPIA ENDOSCOPICA A VACUO PARA TRATAMENTO DE NECROSE DE TUBO GASTRICO APOS ESOFAGECTOMIA VIDEOLAPAROSCOPICA POR CARCINOMA DE CELULAS ESCAMOSAS
INTRODUÇÃO
O câncer de esôfago corresponde a uma neoplasia maligna de grande relevância, já que se trata de uma enfermidade pouco sintomática e com diagnóstico estabelecido em fases avançadas na maioria dos casos. Na ausência de contra-indicação do paciente ao procedimento cirúrgico, a ressecção em bloco envolvendo o esôfago e linfonodos regionais, continua sendo o tratamento padrão para o câncer de esôfago. Os procedimentos cirúrgicos envolvendo este órgão são atualmente realizados com maior segurança, apresentando redução significativa na morbidade e mortalidade operatória, porém não isento de possíveis complicações.
RELATO DE CASO
F.I.G.S, 51 anos, sexo masculino, submetido a esofagectomia videolaparoscópica por carcinoma de células escamosas com reconstrução do trânsito alimentar através de tubo gástrico. No 2º DPO evoluiu com drenagem de secreção entérica por dreno torácico, sendo então aventado a hipótese de necrose do tubo gástrico. Foi então submetido a terapia endoscópica à vácuo, na primeira endoscopia foi observado necrose do tubo gástrico bem como a perda da continuidade total da anastomose de parte do segmento da parede do tubo gástrico, sendo introduzido um fio guia pelo dreno torácico e em seguida resgatado pelo endoscópio a fim de manter o vácuo. Após 1 semana, foi realizado nova endoscopia que, por sua vez, evidenciou área de necrose diminuída, tubo gástrico com maior patência porém com fístula proximal presente, sendo mantido o vácuo no orifício da fístula e passado SNE pós duodenal. Após 10 dias: tecido apresentava granulação devido ao fenômeno de microdeformação ocasionado pela pressão do vácuo, sendo formado um septo na região da fístula, sendo então realizado, neste momento, septotomia com bisturi monopolar. Após 32 dias: nova EDA mostrou ausência de orifícios fistulosos e tubo gástrico cicatrizado. Durante todo o tratamento foi mantido o vácuo e o paciente manteve nutrição enteral. Paciente recebeu alta após este período com alimentação via oral, sem queixas.
DISCUSSÃO
Uma das possíveis complicações da esofagectomia é a necrose da anastomose e do tubo gástrico que, juntos, elevam as taxas de mortalidade. Sendo assim, este caso traz uma terapia endoscópica de baixo custo para uma complicação que possivelmente levaria a um desfecho negativo, fazendo com que o paciente mantenha seu suporte nutricional e tenha melhor prognóstico.
Área
ESTÔMAGO E DUODENO
Instituições
HOSPITAL UNIVERSITÁRIO ONOFRE LOPES - Rio Grande do Norte - Brasil
Autores
GABRIELA LIMA NÓBREGA, ROMERO DE LIMA FRANÇA, ELÍGIO ALVES DE ALMEIDA JÚNIOR , FLAUBERT SENA DE MEDEIROS, HERCULES RICARDSON DANIEL DE ALBUQUERQUE FILHO, CARLOS ANTÔNIO SOUZA FILHO, SENIVAL ALVES DE OLIVEIRA JÚNIOR, GUILHERME BASTOS PALITOT BRITO