Dados do Trabalho


TÍTULO

ABSCESSO HEPATICO COM FISTULA COLONICA APOS CURETAGEM UTERINA POR ABORTO RETIDO: RELATO DE CASO

INTRODUÇÃO

Os Abcessos Hepáticos (AH) é uma inflamação no fígado. Subdivididos em piogênico e amebiano. O Abcesso Hepático Piogênico (AHP) é uma infecção com bactérias Gram negativas. Sua incidência é de 1,1% por 100.000 habitantes e geralmente esse abcesso é representado por uma infecção bacteriana secundária. Acomete igualmente os dois sexos. O AHP tem etiologia biliar, associados a colangite, obstrução biliar, múltiplos abcessos; portal e arterial. Os sinais e sintomas dessa patologia são dor abdominal, febre e hepatomegalia.

RELATO DE CASO

Mulher, 43 anos, procurou maternidade no 23° DPO de curetagem uterina por aborto retido, com quadro de dor em HD e febre a esclarecer, realizou USG transvaginal apresentando líquido livre em fundo de saco de Douglas e endométrio com coágulos. Iniciou-se antibioticoterapia (ceftriaxona e metronidazol). No 2º dia evolui com quadro de choque séptico. Realizou-se USG de abdome: coleção hipoecogênica em lobo direito do fígado, além de colecistite, sendo solicitada TC de abdome que confirmou a presença de abscesso hepático. Paciente foi então transferida para tratamento cirúrgico. A cirurgia foi por laparotomia exploradora. Procedeu-se a inspeção da vesícula biliar: inflamada com presença de múltiplos cálculos em seu interior e presença de bloqueio sub-hepático pelo epíplon e cólon transverso, após liberação de bloqueio, viu-se abscesso na face inferior do segmento VI e fístula de cólon transverso por necrose puntiforme deste. Realizou-se colecistectomia fundo-cística e drenagem de abscesso em segmento VI. Procedeu-se então a colorrafia com prolene 3-0. A Cultura do abscesso apresentou E. Coli ESBL com sensibilidade a carbapenêmicos, respondeu ao Ertapenem recebendo alta no 15º DPO.

DISCUSSÃO

O AHP podem ser por obstrução biliar, sendo cerca de 50% a 60% dos AHP, e de origem portal, sendo responsável por 20% dos casos (GOLDMAN, 2014).
Os sinais e sintomas são dor abdominal, febre e hepatomegalia. O Diagnóstico é estabelecido pelos dados clínicos e exames complementares, nestes podem ser encontrados leucocitose, anemia e elevação das transaminases. A realização de exames radiológicos, ultrassonografia (USG) e tomografia computadorizada (TC) são de grande valia, pois através destes classificamos o tipo e tamanho do abcesso.
O tratamento de AHP faz-se antibioticoterapia específica associada à drenagem percutânea ou cirúrgica. São divididos em abcessos solitário ou confluentes e abcessos pequenos e múltiplos disseminado por ambos os lobos hepáticos.
Concluindo, a bactéria pode chegar ao fígado pela veia porta, partindo de infecções em áreas drenadas pelo sistema mesentérico em direção ao sistema portal. Nesse caso a paciente havia realizado curetagem uterina de um parto retido que veio a agravar devido à demora do diagnóstico e evolução ao choque. O presente relato adiciona a literatura um caso de AHP por obstrução biliar.

Área

FÍGADO

Instituições

Universidade Nilton Lins - Amazonas - Brasil

Autores

Valéria Santos Da Costa, Valbecia Tavares De Aguiar, Hiago Bruno Cardoso Costa Fonseca, Antônio José Fonseca Da Rocha Júnior, Lívia Laura Dos Santos Rocha, Karoline Teixeira Loiola, Winston Alberto Ribera Mendoza, Maiara Magri Pereira Olenchi