TÍTULO

EMBOLIZAÇAO PRE-OPERATORIA DE LESAO OSSEA METASTATICA: UM RELATO DE CASO

INTRODUÇÃO

Metástases ósseas correspondem aos tumores malignos ósseos mais comuns, sendo que 80% dos sítios primários são próstata, mama, pulmão, rim e tireóide. O tratamento, na maior parte dos casos, é paliativo. Sua ressecção torna-se tecnicamente complicada quando as metástases são hipervascularizadas e quando, principalmente, os sítios primários são renal ou tireoídeo, pelo risco de sangramentos maiores que 3500ml. Nesse contexto, a embolização pré-operatória ou em série torna-se uma opção de tratamento inicial ou adjuvante no tratamento oncológico clínico e/ou cirúrgico. O presente trabalho tem como objetivo relatar um caso em que embolização foi usada como opção de tratamento para alívio da dor de lesão óssea metastática de glândula tireoide.

RELATO DE CASO

Feminina, 64 anos. Admitida no Hospital São Vicente de Paulo de Passo Fundo-RS, com história prévia de neoplasia folicular de tireóide. Apresenta queixa de dor em membro inferior direito e região glútea. O exame físico não apresentava alterações ou deformidades ósseas. Para elucidação da queixa foi solicitado tomografia computadorizada de abdome total com contraste endovenoso que evidenciou lesão osteolítica em osso ilíaco direito, sugestiva de implante neoplásico secundário. Após, foi realizada arteriografia de artéria ilíaca interna, a qual evidenciou massa hipervascularizada em ramos terminais da artéria hipogástrica direita. No planejamento cirúrgico, foi optado por realizar embolização pré-operatória com micropartículas com total exclusão da vascularização da mesma. Após 24h a paciente foi submetida a ressecção da massa pela equipe de Cirurgia Oncológica Ortopédica, com sangramento de 750ml. Recebeu alta no quinto pós-operatório sem queixas. O acompanhamento é de 20 meses, sem recidiva da lesão.

DISCUSSÃO

Dentre os tumores ósseos malignos, a metástase é a mais prevalente e associa-se a significativa morbidade. As manifestações, como dor e fratura, são frequentemente tratadas com farmacoterapia ou radioterapia e apresentam resultados variáveis. Dessa forma, a radiologia intervencionista (RI) tem assumido um papel de suma importância no tratamento das metástases ósseas, podendo ser usada no contexto de doença oligometastática ou paliativa. Uma das técnicas intervencionistas é a embolização trans-arterial (TA), na qual as metástases ósseas hipervasculares são seletivamente desvascularizadas com preservação de todos os vasos não visados, por meio de agentes embólicos temporários ou permanentes, líquidos ou sólidos, sendo as partículas utilizadas para desvascularização óssea, o que facilita sobremaneira a ressecção cirúrgica, que deve ser realizada idealmente até 72h da embolização.