Dados do Trabalho
TÍTULO
LESAO DE AORTA NO TRAUMA TORACICO CONTUSO: RELATO DE CASO
INTRODUÇÃO
O trauma torácico contuso é responsável por cerca de 90% dos casos de lesão de aorta, representando uma grande ameaça à vida logo nos primeiros minutos da cena do trauma. Por essa razão, o diagnóstico precoce e o tratamento eficaz com cirurgia de reparo aórtico são imprescindíveis para sobrevivência do paciente. Contudo, há controvérsias na literatura quanto ao tempo ótimo de realização desta conduta bem como a técnica cirúrgica mais efetiva a ser utilizada. O caso a ser relatado é de um paciente politraumatizado, vítima de um acidente automobilístico, admitido em emergência hospitalar apresentando trauma torácico contuso com cisalhamento de aorta.
RELATO DE CASO
Paciente do sexo masculino, branco, 44 anos, vítima de acidente automobilístico com capotamento no dia 09/11/18, levado pelo SAMU ao Hospital de Emergência e Trauma em João Pessoa-PB. Deu entrada consciente, respirando espontaneamente, apresentando agitação, dor torácica, leve dispnéia, hipotensão (90/40 mmHg) e múltiplas escoriações. Após atendimento inicial, radiografia de tórax identificou alargamento mediastinal. Angiotomografia de tórax revelou fratura de múltiplas costelas, hemopneumotórax a direita, pequeno hemotórax a esquerda, contusão pulmonar bilateral, além de confirmar lesão de aorta ao nível da emergência da artéria subclávia esquerda, sem extravasamento de contraste, associada à dissecção (tipo Stanford B) que se estendia até as artérias renais. O paciente evoluiu com insuficiência respiratória aguda, sendo necessária assistência ventilatória por intubação orotraqueal. Foi então submetido à drenagem torácica a direita e mantido em estabilidade hemodinâmica até ser transferido a um serviço de referência em tratamento endovascular em Recife-PE, o PROCAPE, após 48 horas. Realizou o procedimento cirúrgico endovascular no mesmo dia, com a colocação de endoprótese auto-expansível do tipo Dominus 28x110 e 30x130, por inguinotomia direita e dissecção de arteria femoral comum para passagem do fio hidrofílico. Apresentou evolução positiva no pós-operatório imediato, porém antes da alta hospitalar acabou apresentando mal-estar com morte súbita no 3o dia de pós-operatório por choque hipovolêmico devido à hemotórax maciço com ejeção de sangue pelo tubo orotraqueal.
DISCUSSÃO
A lesão traumática de Aorta (LTA) representa uma altíssima letalidade visto que 80% das vítimas chegam a óbito ainda em cena do trauma. Frente a isso, a realização de um exame físico imediato pela equipe multidisciplinar de atendimento em serviços de emergência e uma adequada estabilização hemodinâmica são capazes de garantir uma maior sobrevida para posterior correção cirúrgica vascular. Estudos mostram que a cirurgia convencional aberta está sendo substituída pela terapia endovascular onde resultados efetivos são observados no que diz respeito a melhor sobrevida e menor risco de infecções no pós-operatório.
Área
CIRURGIA VASCULAR
Instituições
Centro Universitário de João Pessoa - UNIPÊ - Paraíba - Brasil
Autores
Vinícius Costa Calado, Luan Cayke Marinho de Oliveira, David Paes Lima, Guilardo Soares da Fonseca Ataíde, Victor Magalhães Salazar L'armee