Dados do Trabalho


TÍTULO

OSSIFICAÇAO DE FERIDA OPERATORIA APOS CIRURGIA ABDOMINAL: SERIE DE CASOS

INTRODUÇÃO

Ossificação heterotópica é a formação óssea em tecidos moles. É reconhecida como uma rara complicação geralmente associada a cirurgias ortopédicas, lesões medulares, traumatismos crânio encefálicos e queimaduras. A conversão de células progenitoras em células precursoras de osteogênese é mediada por meio de interações com o tecido local, alterações de pH e estímulos mecânicos, além de uma resposta inflamatória prolongada anormal à danos. A excisão cirúrgica da ossificação é o tratamento mais efetivo. A etiologia deve ser considerada para definir quando intervir, uma vez que a maturação óssea completa difere dependendo da origem do tecido.

RELATO DE CASO

Caso 1, A.R, masculino, 70 anos, realizou gastrectomia parcial em 2013 para retirada de neoplasia. No ano de 2015, iniciou com dor na metade superior da ferida operatória de incisão mediana. Foi submetido à laparotomia exploradora, onde foi verificado tecido pardo claro medindo 8,8x2,0x1,0 com fixado em parede abdominal. Em estudo histopatológico, foi evidenciada formação de ossificação na parede abdominal. Caso 2: Z. C, feminino, 64 anos, submetida à colectomia parcial com anastomose primária em setembro de 2015 por tumor. Apresentou dor no local da cicatriz cirúrgica e sensação de fincada local e evoluiu infecção abdominal e abcesso intra-cavitário tardio, sendo reintervida. Na macroscopia foi observado tecido acinzentado medindo 2,0x2,0 cm. Ao estudo histopatológico, fibrose e ossificação do local.

DISCUSSÃO

A formação de ossificação heterotópica por si só já representa uma patologia rara. Dentre a parcela de pacientes que apresentam essa anomalia, poucos são evidenciados após cirurgias abdominais sem correlação com traumas ou intervenções ortopédicas como nos casos apresentados. O reconhecimento e diagnóstico imediato, assim como estratégias de manejo são essenciais para tratar as deficiências atribuídas ao processo dessa doença. Diretrizes atuais já reconhecem antiinflamatórios não esteroides e radiação como possíveis formas de profilaxia, assim como a abordagem cirúrgica para o tratamento definitivo, mas ainda são poucos os estudos sobre o assunto.

Área

PAREDE ABDOMINAL

Instituições

ULBRA - Rio Grande do Sul - Brasil

Autores

Julia Tonietto Porto, Walter Praetzel Porto, Lucas Pastori Steffen, Pedro Henrique Dall Agnol, Laetitia Trindade, Felix Kalichi Castilho, Matheus Barbieri