Dados do Trabalho
TÍTULO
ANEURISMA DE ARTERIA ESPLENICA ROTO E TROMBOSADO – DIAGNOSTICO DIFERENCIAL NO ABDOME AGUDO
INTRODUÇÃO
Os aneurismas das artérias viscerais são raros, porém não incomuns. O aneurisma de artéria esplênica (AAE) representa 60% dos aneurismas viscerais, sendo o mais freqüente. A etiopatogênia é variada podendo citar desde trauma e a hipertensão portal. Geralmente, é assintomático e detectado apenas por ocasião de sua rotura. A rotura ocorre em 3 a 9,6 % dos doentes, com mortalidade operatória aproximada de 0,5% nos não-rotos e de 25% dos casos rotos (Guillaumon,2009). O tratamento em casos assintomáticos depende de vários fatores como sexo e tamanho do aneurisma.
A terapêutica é diversificada desde laparotomia ou videolaparoscópica com ou sem esplenectomia, dependendo da proximidade do aneurisma com o baço. Além disso, há a possibilidade de procedimentos endovasculares. Relatamos um caso raro de AAE roto e trombosado com quadro clínico arrastado e alta taxa de mortalidade.
RELATO DE CASO
Paciente do sexo feminino, 37 anos, branca, solteira, hipertensa e com glomeruloesclerose focal e segmentar. Na admissão, referia dor abdominal e síncope há 18 dias. Iniciou o quadro com episódio de dor abdominal súbita, de forte intensidade do tipo cólica, no hipocôndrio direito seguido de síncope. Posteriormente, apresentou seis episódios semelhantes, contudo a dor passou a ser referida em andar superior do abdome e flanco esquerdo com irradiação para ombro esquerdo.
Durante investigação, realizou ultrassonografia que identificou aneurisma no hilo esplênico. A tomografia de abdome evidenciou o AAE trombosado e líquido na cavidade. Foi proposta uma laparotomia exploradora na qual encontrou grande quantidade de hemoperitoneo e coágulos na cavidade abdominal e retroperitoneal e artéria esplênica aneurismática rota e trombosada. Realizado esplenectomia e exploração vascular do aneurisma trombosado. Evoluiu no pós- operatório satisfatoriamente.
DISCUSSÃO
O AAE é raro e de difícil diagnóstico, podendo passar despercebido e apenas ser detectado por ocasião de sua rotura, como foi neste caso. A paciente em questão é do sexo feminino o que é compatível com a literatura. Tal patologia é mais comum em mulheres na proporção de 4:1(Pino, 2010). A causa precisa do AAE não foi estabelecida. O habitual do AAE é seu caráter assintomático, exceto em casos de ruptura que é marcado por hemorragia vultuosa, que ocorre para dentro da cavidade peritoneal, como no caso relatado (FERREIRA, 2016).
O aneurisma de artéria esplênica deve ser tratado sempre que sintomático ou roto, como foi realizado. Como o aneurisma estava com trombos consistentes não foi optado pela ligadura proximal e distal com aneurismectomia ou mesmo aneurismectomia. O AAE é diagnosticado na investigação de outra doença abdominal ou por ocasião da rotura, por ser uma patologia frequentemente assintomática. Contudo, não deve ser esquecido como diagnóstico diferencial nos casos de dor abdominal, visto que quando sintomáticos podem estar roto e representar alta mortalidade perioperatória.
Área
CIRURGIA VASCULAR
Instituições
Universidade Federal do Acre - Acre - Brasil
Autores
Samara Duarte Oliveira, João Marcos Santos Silva, Danilo Lima Souza, Fernanda Facincani Medeiros Bezerra, Rondson Freitas Vale, Vinicius Sedicias Azevedo, André Adler Batista Paulino, Andressa Milena Santos Rocha