Dados do Trabalho


TÍTULO

LEIOMIOMA DE ESOFAGO: RELATO DE CASO DE PACIENTE DIAGNOSTICADA NO HOSPITAL GERAL DE CAXIAS DO SUL – RS

INTRODUÇÃO

Os tumores mesenquimais de esôfago são patologias raras, entre eles os mais comuns são os leiomiomas, que afetam principalmente seu terço médio e distal. Geralmente são pequenos e assintomáticos, sendo mais comuns em homens, e frequentemente detectados incidentalmente. A remoção cirúrgica deve ser realizada se o tumor se tornar sintomático, aumentar mais de 1 cm durante seguimento, mostrar alterações estruturais ou houver suspeita de malignidade.

RELATO DE CASO

Paciente feminina, 49 anos, hipertensa, hipotireoidea, asmática interna em agosto de 2018 por trombose venosa profunda em membro inferior esquerdo, evoluindo com tromboembolismo pulmonar maciço, sendo determinada também massa esofagiana de forma incidental em angiotomografia durante investigação, que comprimia o esôfago médio. Endoscopia realizada evidenciou varizes de esôfago, que foram ligadas durante internação, e a cerca de 20cm da arcada dentária superior, observava-se área de abaulamento extrínseco, recoberta por mucosa normal, sem sinais de estenose. Paciente avaliada pela cirurgia torácica, que indicou intervenção eletiva após estabilização clínica. Reinternou em dezembro de 2018 de forma eletiva, alegava sintomas de dor retroesternal e ventilatório dependente, perda ponderal de aproximadamente 8% do peso em quatro meses e dispneia aos esforços. Foi submetida a toracotomia posterior direita, sendo abordado o mediastino posterior, com massa tumoral no recesso retroperitoneal, ressecada com preservação da mucosa e sutura da camada muscular. Anatomopatológico determinou leiomioma de esôfago. Em acompanhamento ambulatorial trinta dias após o procedimento paciente alimentava-se normalmente, não apresentando queixas.

DISCUSSÃO

Apesar de raro, o leiomioma de esôfago é o tumor benigno mesenquimal mais frequentemente encontrado neste órgão, representando apenas 0,5-0,8% dos tumores esofágicos. Em 80% dos casos afeta o terço médio e distal do órgão, como descrito, mas é mais frequentes em homens, com frequência relativa de 2:1 a 5:1, entre 20 e 59 anos.
Geralmente são assintomáticos, sendo um achado ocasional em exames complementares ou até que atinjam grande tamanho podendo causar sintomas como: dor retroesternal, disfagia, tosse, odinofagia, perda de peso e sangramento digestivo. No caso relatado, esses sintomas se confundem pela sobreposição com o diagnóstico de tromboembolismo pulmonar.
Em geral o leiomioma não necessita de ressecção, sendo indicado nos casos sintomáticos, quando maiores que 5 cm ou se houver dúvida sobre a natureza da lesão, sendo realizada enucleação da lesão por toracotomia ou videotoracoscopia.
O leiomioma de esôfago é um achado raro, sendo considerado um desafio diagnóstico, por ser inicialmente assintomático e um achado incidental em exames radiológicos ou endoscópicos na maioria dos casos. Assim, o caso relatado promove o conhecimento de um diagnóstico raro, de baixa incidência, estimulando o conhecimento e a busca pelo diagnóstico.

Área

CIRURGIA TORÁCICA

Instituições

Hospital Geral de Caxias do Sul - Rio Grande do Sul - Brasil

Autores

Luiza Herdy Boechat Luz Tiago, Darcy Ribeiro Pinto Filho, Alexandre Jose Gonçalves Avino, Bruno Maineri Pinto, Vitor Maineri Pinto, Andre Rombaldi, Alesandra Bassani, Scheila dos Santos Cardoso