Dados do Trabalho
TÍTULO
RESOLUÇAO ENDOSCOPICA DE FISTULA BILIAR COMPLEXA POS-COLECISTECTOMIA: RELATO DE CASO
INTRODUÇÃO
A Fístulas biliares são complicações diretamente relacionadas ao cálculo biliar. Eles podem afetar o trato biliar ou gastrointestinal e são geralmente classificados como primárias ou secundárias. As fístulas primárias estão relacionadas à litíase biliar, enquanto as secundárias estão relacionadas a complicações cirúrgicas. A cirurgia laparoscópica é uma opção terapêutica para o tratamento de fístulas biliares primárias. No entanto, pode ser o primeiro responsável pelo desenvolvimento de fístulas biliares secundárias.
RELATO DE CASO
I.C.L., 32 anos, submetida a colecistectomia aberta por colecistite aguda litiásica. No 2º DPO apresentou dor intensa em hipocôndrio direito (HD) e icterícia. À reabordagem, identificou-se lesão e ligadura do colédoco, procedendo-se soltura da ligadura, coledocorrafia e drenagem coledociana à Kehr. No 1º DPO da reabordagem, a paciente referiu dor em HD associada a drenagem de secreção biliosa nas adjacências do dreno de Kehr. No 5º DPO da reabordagem foi submetida a CPRE (Colangiopancreatografia Retrógrada Endoscópica), constatando-se dreno de Kehr fora da via biliar principal, fístula biliar coledococutânea e lesão do hepatocolédoco (HC), sem progressão do contraste para via biliar intra-hepática. Após várias tentativas, obteve-se sucesso na progressão do fio para via biliar intra-hepática, possibilitando seu estudo contrastado. Realizada papilotomia endoscópica e passagem de prótese biliar plástica através do segmento lesionado do HC. Após oito semanas, realizou-se nova CPRE com retirada da prótese biliar plástica. À contrastação, observou-se via biliar extra-hepática de paredes irregulares e calibre reduzido, fino trajeto fistuloso coledococutâneo e progressão normal do contraste para via biliar intra-hepática. Realizada remoção do dreno de Kehr e passagem de nova prótese biliar plástica. Transcorridas mais oito semanas, a paciente foi submetida a terceira CPRE com remoção da prótese biliar plástica e novo estudo contrastado que revelou vias biliares intra-hepáticas discretamente dilatadas, terços proximal e médio de HC com paredes irregulares e importante redução do calibre, bem como resolução do trajeto fistuloso. Optou-se por dilatação balonada hidrostática desta subestenose para 10 mm, observando-se boa drenagem do meio de contraste e secreção biliar após o procedimento. A paciente segue sem queixas.
DISCUSSÃO
A literatura vigente evidencia baixa taxa de sucesso na abordagem endoscópica de lesões circunferenciais do HC. No tocante a dilatação de estenoses benignas das vias biliares, orienta que seja seguida de calibração com próteses para moldagem do diâmetro. Tais dados demonstram a relevância do caso em questão, cuja evolução destoa do habitual. Mesmo com lesão quase circunferencial do HC, foi possível a resolução endoscópica da fístula biliar, evidenciando a evolução desta modalidade terapêutica minimamente invasiva.
Área
VIAS BILIARES E PÂNCREAS
Instituições
Faculdade de Ciências Médicas de Campina Grande - Paraíba - Brasil
Autores
Hianny Ribeiro Cabral, Paulo Roberto da Silva Júnior, Anna Heloysa de Almeida Ludgério Roberto, Amanda Ariel Pires Cavalcanti Zeca, Karolyne Ernesto Luiz Nobre, Victor Emanoel Gregório de Andrade, Jessé Clementino de Araújo Filho, José Alencar de Sousa Segundo