Dados do Trabalho


TÍTULO

COLEÇAO LIQUIDA EM LOJA VESICULAR COMO COMPLICAÇAO POS-COLECISTECTOMIA – RELATO DE CASO

INTRODUÇÃO

A Colecistectomia é tratamento de escolha para as doenças da vesícula biliar, sendo a via laparoscópica a mais utilizada, porém estudos apontam que esta técnica gerou o aumento da incidência de lesão iatrogênica da via biliar (LIVB), responsável pela persistência e desenvolvimento de sintomas após o procedimento. As complicações pós-colecistectomia são diversas, com atenção para as LIVB que podem ser responsáveis pelo aparecimento de fístulas biliares, a principal causa de morbidade. O tratamento destas é variável a depender da localização e do tipo.

RELATO DE CASO

APM, 53 anos, feminino, natural de Belo Horizonte – MG. Em março de 2018 iniciou quadro de dor periepigástrica irradiando para hipocôndrio direito, indigestão e intenso mal estar, piorando ao se alimentar. Realizou USG de abdome que evidenciou “alteração em loja vesicular”. Possui história prévia de colecistectomia videolaparoscópica em 2012, e desde o POI apresenta queixas inespecíficas. Realizou RNM apresentando coleção líquida em loja vesicular provavelmente sequelar à manipulação cirúrgica pós-colecistectomia. Encaminhada à primeira drenagem percutânea, observou-se saída de material purulento, enviado para cultura. Fez uso de antibióticoterapia EV por 14 dias. Retornou ao serviço e realizou fistulografia, revelando coleção abdominal em loja da via biliar com trajeto fistuloso para abdome posterior. Nova drenagem foi feita, com saída de material não purulento encaminhado para cultura. Realizou CPRE com passagem de prótese biliar plástica em via biliar intra-hepática direita, após suposto orifício fistuloso. Em seguida, fez TC de abdome e pelve, constatando ausência de coleção líquida residual. Após um mês, realizou nova RNM de abdome superior, indicando passagem de dreno biliar sem complicações e vias biliares sem alterações. Em, nova CPRE apresentou a prótese plástica biliar obstruída, que foi retirada com alça de Polipec. Não apresentava sinais de fístulas ou estenoses.

DISCUSSÃO

As LIVB possuem difícil entendimento pela diversidade dos mecanismos de lesão e da clínica variável e inespecífica, assim como o acúmulo de líquido biliar em loja hepática, apresentando dor abdominal superior podendo irradiar para ombro, náuseas e hipertermia. Normalmente, as fístulas biliares culminam em sepse abdominal, o que não foi observado neste caso. No caso das fístulas biliares, a TC é o exame de eleição e CPRE pode ser útil para excluir lesões iatrogênicas complexas, identificar localização anatômica da fístula e possibilitar o tratamento durante procedimento, A Fistulografia, permite observar o trajeto da fístula por injeção de contraste através de dreno trans-hepático, podendo ser utilizado. O tratamento das fístulas pode ser por via endoscópica, papiloesfincterectomia e drenagem da via biliar com prótese que pode ser utilizado o dreno “pigtail” por possibilitar aspiração de maior quantidade de líquido. Apesar da alta taxa curativa das complicações pós-colecistectomia, há um aumento da morbimortalidade dos pacientes.

Área

VIAS BILIARES E PÂNCREAS

Instituições

Faculdade de Medicina Nova Esperança - FAMENE - Paraíba - Brasil

Autores

Lara Almeida Ferreira, Daniel Maia Lima, Ana Carolina Alcântara, Clarice Maria Brito, Nathalia Sobreira Fonseca, Ithalo Medeiros Lima, Adriano Pereira Sampaio