Dados do Trabalho
TÍTULO
RELATO DE CASO COLECISTITE ENFISEMATOSA E COLEPERITONEO
INTRODUÇÃO
A colecistite enfisematosa (CE) corresponde a 1% das colecistite aguda, é uma infecção aguda causada por bactérias formadoras de gás. Pode ser ocasionada por um comprometimento vascular da parede da vesícula biliar, infecção aguda bacteriana, imunodepressão e cálculos biliares. É mais comum em pacientes idosos, com arteriosclerose e Diabetes Mellitus (DM), fatores que estão diretamente envolvidos na evolução da doença, pois, causam imunossupressão aumentando o risco de infecções. O tratamento é a retirada da vesícula biliar pela via da colecistectomia aberta, de preferência, pois, a cirurgia laparoscopia tem elevada taxa de conversão. As complicações, independentes da via de acesso, é o coleperitônio.
RELATO DE CASO
Paciente W,R,L, 87 anos, com história de perda ponderal de 10kg em 1 ano, constipação intestinal e histórico de anemia, chegou ao pronto socorro com quadro de distensão abdominal e oligúria , associado a inapetência e hiporexia. Apresenta ainda piora progressiva da dor abdominal. Ao exame físico: Fascies de dor, anictérico, acianótico, taquipneico. FC 95 bpm, PA 160 x 111 mmHg, Sat O2 85 % em ar ambiente. MV diminuído bilateralmente em ambos os 1/3 inferiores dos hemitóraces. Sem ruídos adventícios Abdome: distendido, doloroso difusamente, pior em hipocôndrio direito, com Murphy presente. Foi realizada tomografia de abdome com contraste sugerindo imagens compatíveis com quadro de colecistite, espessamento da parede da vesícula, coleção perivesicular. O diagnóstico foi de colecistite enfisematosa. Foi realizada uma laparotomia exploratória, colecistectomia e drenagem de bilioma (coleperotônio), aspirou cerca de 1500 ml de secreção biliosa da cavidade abdominal. Colou o dreno laminar sobre leito da vesícula, exteriorizado no flanco direito.
DISCUSSÃO
A CE tem maior taxa de morbidade quando comparada a colecistite aguda não enfisematosa, pela alta prevalência de isquemia e perfuração da vesícula biliar. A fisiopatologia é multifatorial, entre elas a obstrução da artéria cística que leva a uma isquemia e necrose da vesícula, tornando propício a uma infecção. A proliferação bacteriana cursa com um acúmulo de gás na vesícula biliar, pode ser intraluminal, intraparietal e dentro das vias biliares. Os principais microrganismos causadores mais comuns são espécies de Clostridium, Escherichia coli e Klebsiella. Na apresentação clínica o paciente apresenta sintomas similares ao da colecistite aguda: febre, dor no quadrante superior direito, náuseas e vômitos e dor abdominal generalizada. Os sintomas são de início mais rápido quando comparado com a colecistite aguda. O diagnóstico é clínico e radiológico, sendo uma forma de diagnóstico precoce, pois, a CE demonstra gás intramural e intraluminal na vesícula biliar, na radiografia simples, ultra-sonografia e tomografia computadorizada. Pode cursar com o coleperotônio, uma complicação que resulta no extravasamento de bile na cavidade abdominal.
Área
VIAS BILIARES E PÂNCREAS
Instituições
UNICEPLAC - Distrito Federal - Brasil
Autores
ANGELICA SOUZA DUARTE, CAROLLINE DAMAS DE ANDRADE OLIVEIRA, ELLEN CRISTINE PACHECO RAMOS, GABRIELLA FERNANDES TRINDADE, SILAS FERNANDES CUNHA JUNIOR, JOAO PAULO SANTOS TENÓRIO, VITOR VINICIUS QUEIROZ SOUSA