TÍTULO

PERFURAÇÃO EM COLONOSCOPIA EM PACIENTE JOVEM COM RETOCOLITE ULCERATIVA

INTRODUÇÃO

A colonoscopia se faz um método amplamente utilizado para tratar e diagnosticar diversas doenças intestinais. O seu número vem aumentando mundialmente, bem como as preocupações sobre os efeitos adversos associados. A perfuração do cólon é uma possível complicação que, além de grave, associa-se a uma alta taxa de morbidade e mortalidade se não diagnosticado precocemente. Além disso, a incidência das complicações aumenta em pacientes idosos, portadores de doenças infamatórias intestinais, bem como em pacientes com obesidade, diverticulite ou história de cirurgia abdominal (KIM, 2019; SIMÕES, 2015). Os mecanismos envolvidos são traumas mecânicos causados pela pressão direta do aparelho sobre a parede do cólon, barotrauma e por procedimentos diagnósticos ou terapêuticos realizados (MANTA, 2015). Uma perfuração tardia deve ser suspeitada sempre quando houver sinais de peritonite. O tratamento das perfurações colonoscópicas pode ser clínico, endoscópico ou cirúrgico, dependendo do grau de perfuração e estado do paciente.

RELATO DE CASO

Masculino, 38 anos, com diagnóstico de retocolite ulcerativa há 3 anos, com acometimento do reto e cólon sigmoide. Encaminhado em caráter de urgência pelo médico assistente após perfuração intestinal durante exame de colonoscopia. O mesmo se apresentava taquicárdico, com irritação peritoneal e apresentando tomografia com pneumoperitonio e espessamento na transição retossigmoide. Estava em uso de mesalazina 3mg/dia e havia apresentado piora sintomática e aumento dos valores da calprotectina (150 – 700). Segundo o assistente, ao tentar progredir o aparelho na transição retossigmoide, devido ao quadro inflamatório, ocorreu a perfuração. O paciente foi submetido a videolaparoscopia duas horas após a perfuração, onde realizou-se colorrafia. O mesmo evoluiu satisfatoriamente, tendo alta no segundo dia de pós-operatório e mantém acompanhamento ambulatorial.

DISCUSSÃO

Devido a perfuração colonoscópica estar associada a uma alta taxa de morbidade e mortalidade, o presente caso elucida a importância de precauções especiais durante a realização da colonoscopia em pacientes idosos, portadores de doenças inflamatórias intestinais, bem como em pacientes com obesidade, diverticulite ou história de cirurgia abdominal. O retossigmoide como principal local de acometimento da perfuração colonoscópica deste relato foi similar ao encontrado na literatura.