Dados do Trabalho


TÍTULO

INTUSSUSCEPÇAO EM GESTANTE POS BYPASS GASTRICO

INTRODUÇÃO

Neste artigo apresentamos um relato de intussuscepção pós bypass gástrico. O bypass gástrico é considerado um dos principais tratamentos da obesidade mórbida. No entanto, sobre a fisiopatologia das complicações envolvidas durante o período gestacional após a realização da gastroplastia, ainda não existe consenso na literatura.

RELATO DE CASO

KLDO, 38 anos, gestante com 22 semanas, hígida, admitida com quadro de dor abdominal súbita em região de abdômen superior, irradiada para dorso associado a náuseas.
Histórico de bypass gástrico e colecistectomia há 9 anos. Cesárea e apendicectomia previa. Exames laboratoriais e ultrassonográfico de abdômen superior sem alterações na admissão.
Evoluiu com hematêmese e sepse no segundo dia de internação, necessitando de transferência para UTI. No sétimo dia de internação evolui com choque séptico e IOT.
Realizado tomografia de abdômen que evidenciou obstrução intestinal mecânica. Laparotomia de emergência, intuscepção de alça intestinal.
Realizado enterectomia mais enteroanastomose e gastrostomia em estômago excluso por abdômen agudo perfurado por intussuscepção, evoluindo com expulsão de feto em óbito no pós-operatório imediato.

DISCUSSÃO

A videolaparoscopia vem evoluindo como primeira opção em cirurgias abdominais. O Bypass gástrico laparoscópico é hoje uma das opções para tratar a obesidade, doença que vem aumentando atualmente.
A complicação intestinal que ocorre após a cirurgia de Bypass geralmente é decorrente de aderências intestinais, hérnias internas ou intussuscepção, esta ultima responsável por 0,1% a 0,3% dos casos.
Sugere-se que o aumento da pressão intra-abdominal associado a redução abrupta de peso contribuam para maior risco de complicações principalmente no segundo e terceiro trimestres. No entanto, não se pode dizer com clareza que a gravidez pode aumentar o risco de intussuscepção intestinal, mas a redução de peso acentuada, aumenta o risco de intussuscepção. Estudos indicam que a maior incidência ocorre após 4 anos da cirurgia. A idade média envolve 27,42 semanas.
As náuseas e vômitos característicos da gestação muitas vezes podem atrapalhar no diagnóstico da intussuscepção.
Assim o limiar para suspeita de qualquer complicação da cirurgia de bypass é baixo.
A redução da intussuscepção intestinal é segura e eficaz, porem existe um risco significativo de recorrência. A técnica de resseção mais anastomose, parece ser a melhor escolha. Já no diagnóstico da intussuscepção o exame de escolha é a tomografia de abdômen, porém na paciente gestante traz riscos para o feto.
O atraso no diagnóstico aumenta o risco de morte fetal, em 48 horas temos 10% e mais de 48 horas 50%.

Área

INTESTINO DELGADO

Instituições

SANTA RITA - Paraná - Brasil

Autores

FELIPE GRION TREVISANE, DAYANE ADENIR SHIZUKO TAKATA RIBEIRO, EDUARDO HENRIQUE STEFANO, GUILHERME TELLES HAHN, RAI MONTANHOLI BUENO