Dados do Trabalho


TÍTULO

COLELITIASE E COLEDOCOLITIASE - DIAGNOSTICO POR MEIO DE RADIOGRAFIA DE ABDOME AGUDO

INTRODUÇÃO

Colelitíase é a patologia mais comum envolvendo a vesícula e árvore biliar. Sua prevalência é de 11 à 36% a depender da população, idade e gênero. Caucasianos, hispânicos e europeus ocidentais tem maiores prevalências do que negros, asiáticos e europeus orientais. Além disso, mulheres, principalmente com o passar da idade tem aumento gradual da sua prevalência. O melhor método para o diagnóstico da colelitíase é a ultrassonografia de abdome, com sensibilidade entre 80-100%. A imensa maioria dos cálculos biliares sao representados por cálculos de colesterol (10% deles formados por apenas colesterol e 70% por colesterol e cálcio - o restante sendo representado pelos cálculos pigmentares). De acordo com dados da literatura, 15% dos cálculos biliares têm cálcio suficiente para se tornarem radiopacos para visualização à radiografia simples, porém, na pratica clínica, é raro observar a presença de tal achado.

RELATO DE CASO

Paciente de 53 anos, sexo feminino, admitida no pronto socorro de Cirurgia Geral com queixa de dor em região de epigástrio, associado a 01 episódio de vômito. Ao exame físico, apresentava dor a palpação de quadrante superior direito do abdome, Murphy ausente, sem sinais de irritação peritoneal. Solicitados exames laboratoriais e radiografias de abdome agudo. Na radiografia foi visualizada ausência de pneumoperitôneo, porém chamou atenção coleção agrupada de imagens radiopacas compatíveis com cálculos na topografia da vesícula biliar. Análise mais detalhada evidenciava ainda presença de cálculos na topografia de via biliar principal. Exames laboratoriais evidenciavam amilase de 2659, além de alteração de bilirrubinas e enzimas canaliculares. Paciente negava histórico de colelitíase. Optado pela internação da paciente em dieta zero visto diagnóstico de pancreatite e solicitado ultrassonografia de abdome, que evidenciou colelitíase e coledocolitíase, com dilatação das vias biliares e presença de cálculo de 11mm no colédoco distal, além de vesícula com múltiplos cálculos em seu interior – achado ecográfico que corrobora a hipótese aventada a radiografia. Paciente recebeu medidas clínicas para o tratamento da pancreatite e, após melhora, foi submetida a colecistectomia videolaparoscópica com colangiografia intra-operatória, na qual não foi mais observada a presença de cálculos em via biliar principal. Evoluiu satisfatoriamente após a cirurgia, recebendo alta no primeiro dia pós-operatório, com alta ambulatorial após resultado de biopsia evidenciando colecistite crônica.

DISCUSSÃO

Colelitíase é um dos grandes motivos de procura por consultas em pronto socorro de cirurgia geral. Sabe-se que a ultrassonografia é o melhor método diagnóstico, porém não se pode desprezar a importância da rotina radiológica na investigação de casos de abdome agudo, visto que em algumas situações é possível realizar o diagnóstico de colelitíase, e até mesmo coledocolitíase, como no caso relatado, com a radiografia.

Área

MISCELÂNEA

Instituições

Hospital da Região Leste - HRL - Distrito Federal - Brasil

Autores

Natasha Garcia Caldas, Rodrigo De Paula Monteiro, Stephanie da Silva Fernandes, Matheus Paiva de Souza, Leandro Martins Gontijo, André Araújo de Medeiros Silva, Nimer Ratib Medrei